Dinamarquês pedalou 3 mil km para ver jogos em Salvador

Claus: com a Dinamarca onde a Dinamarca estiver… e de bike (Foto: Igor Matheus/ Portal Infonet)

Se o assunto é futebol olímpico, ele não tem motivos para comemorar. Mas em termos de conquista pessoal, o dinamarquês Claus Andersen vibra há dois meses. Esse foi o tempo que ele levou para ir de Porto Alegre até Salvador para ver os dois jogos da Dinamarca na Arena Fonte Nova. Muito? Depende. No caso do gringo, a opção foi muito mais barata que a usual: Claus percorreu a distância pedalando.

Ele estava indo a passos largos em direção a seus assentos na Arena quando a reportagem o encontrou. E começou a contar sua história com aquele orgulho típico de quem está detalhando uma grande conquista. “Vim de Porto Alegre e somei 3,4 mil km pedalando em sete semanas. De lá passei por Nova Hamburgo, Florianópolis, Rio de Janeiro, Búzios, Campos, Vitória, Ilhéus e Itacaré. Só em Morro de São Paulo que decidi pegar um catamarã, pois havia muito trânsito de lá pra Salvador”. E ele conta ainda como começou essa história.

“Gosto de combinar pedalada com jogos de futebol. Então vou sempre aos lugares nos quais a seleção da Dinamarca vai jogar. Nos últimos 40 anos, já fui a uns 40 países”. Claus conta ainda que já veio ao Brasil 17 vezes, e em uma delas chegou até a conhecer Sergipe. “Conheço Aracaju, e a acho uma bela cidade.  Sou muito interessado pela história dos lugares, e sei que em Sergipe foi onde pegaram Lampião”, disse.

Mas a chegada de Claus em Salvador não trouxe muita sorte para o time dinamarquês – até porque do outro lado estava o mordido e criticado Brasil. “Eu assisto jogos da Dinamarca desde 1981 e nunca vi o time ser dominado daquele jeito. O Brasil não foi eficiente sõ na parte ofensiva. Toda vez que a Dinamarca ia ao ataque a defesa brasileira era incrível e afastava todas as bolas”.

Claus destaca também que pedalar tanto o fez olhar os lugares de outra forma – inclusive o Brasil. “A mídia estrangeira só foca nas grandes cidades, e fora do Brasil todos pensam que país inteiro vive em favelas. Conheci o interior, o sertão, lugares pacíficos. E pedalo sozinho há dois meses e ninguém fez nada de ruim comigo. Acho o Brasil um ótimo lugar.”

Por Igor Matheus
De Salvador-BA