Fatos e números da Fonte Nova, templo olímpico dos gols

Gabigol fuzila a Dinamarca: Brasil ressuscitou na Fonte Nova (Fotos: Igor Matheus/ Portal Infonet)

O Nordeste esteve nas Olimpíadas de várias formas e sob o nome de vários atletas. Mas as Olimpíadas só estiveram no Nordeste em um lugar: Arena Fonte Nova, em Salvador. O estádio que já havia recebido jogos da Copa do Mundo foi um dos sete estádios escolhidos para sediar jogos do futebol masculino e feminino – e o Portal Infonet testemunhou tudo o que foi realizado lá. Em um total de 10 partidas, as redes balançaram 42 vezes – uma absurda média de mais de quatro gols por jogo. Eis a prova de que a Fonte Nova foi, definitivamente, a fonte de gols do futebol olímpico.

E não foi só de gols que foi feita a história olímpica do estádio. Vários fatos marcantes das sete partidas do futebol masculino e três do feminino se destacaram e ficaram na memória de quem testemunhou e, é claro, para a posteridade.

A ressurreição

Foi na Fonte Nova que o Brasil de Neymar e Rogério Micale renasceu para a competição. Com a vitória de 4 a 0 sobre a Dinamarca – e diante de mais de 41 mil pessoas, maior público que o estádio recebeu na competição -, a seleção brasileira marcou gol pela primeira vez – e pela segunda, terceira e quarta -, fechou a fase na primeira posição de seu grupo e se de redimiu do péssimo começo com dois empates insossos.

Troféu fiu-fiu: Sakina ganhou o jogo – e os corações da macharada presente

A musa
Toda vez que ela pegava na bola, a torcida masculina gritava. Toda vez que ela driblava, a macharada vibrava. Toda vez que ela recebia uma falta, os torcedores mais afoitos chiavam. E por que tanto amor da multidão pela zagueira francesa Sakina Karchaoui durante França e Nova Zelândia? Provavelmente porque além de ser o amuleto da França com seus mimosos 1,60 m – a menor jogadora em campo -, a jogadora chama muita atenção pela beleza. Mas ela não foi só um rostinho bonito em campo: além de limpar as vistas dos espectadores, a habilidosa zagueirinha deu muito trabalho para a o setor direito neozelandês.

Torcida dos azarões

Time grande, de tradição, com medalha olímpica, com história contra o Brasil… nenhum desses teve a menor simpatia da torcida em 9 dos 10 jogos realizados na Fonte Nova. Com exceção do jogo do Brasil, todos os outros foram partidas nas quais quem jogava em casa era o azarão. O destaque maior foi Fiji: a torcida baiana providenciou gritos de guerra – no nível de “olé, olé, olé, Fijêeee, Fijêeeee” ou “pula sai do chão; é a torcida do Fijão” – e até cartazes com o formato do nome do país. Cada gol da Coreia contra a Alemanha, então, era comemorado como se fosse o Brasil rumo a empatar o 7 a 1. E nenhum dos seis gols da Austrália contra Zimbábue no futebol feminino foi tão comemorado quanto o único gol do time africano: o desconto deixou o placar em 6 a 1, mas teve peso de empate. Na Fonte Nova, ser zebra era ter apoio garantido.

Improvável futebol clube: Fiji faz gol no México

Momento histórico

Fiji fez dois jogos no estádio. Em ambos, a torcida local imediatamente ficou fijiana. Em cada raríssima vez que o time da Oceania subia ao ataque, o público ficava de pé. Quando eles dava, três passes certos, era o equivalente a uma bola na trave. Imagina então se eles fizessem um inacreditável gol. E eles fizeram: foi justamente contra o México, carrasco do Brasil nas olimpíadas de Londres em 2012. Num lampejo raríssimo de visão de jogo de Verevou – que fez o lançamento mais cirúrgico de sua vida – e oportunismo de Roy Krishna, autor do gol, o semiamador time da Oceania abriu o placar, balançou as redes pela primeira vez em uma Olimpíada e levou o estádio inteiro abaixo. E não foi só nesse momento: quando o final do primeiro tempo soou e o placar continuava 1 a 0 para Fiji, nenhum brasileiro presente conseguiu segurar as palmas.

Números

Há ainda outra forma de contar a história das Olimpíadas na Fonte Nova: a saga dos algarismos. Confira abaixo o número de gols, público e os artilheiros dos jogos realizados em Salvador.

Foi, foi, foi, foi ele: Ryu, um dos artilheiros da Coreia do Sul

GOLS

42 gols [6 gols de cabeça; 36 de chute – 2 dos quais de pênalti]

Jogo com mais gols:
Masc: Coreia 8 x 0 Fiji
Fem: Austrália 6 x 1 Zimbábue

Seleções que mais fizeram gols:
Masc: Coreia do Sul – 11 gols
Fem: Austrália (fem) – 6 gols

Artilheiros: 
Masc: Ryu (Coreia do Sul), Suk (Coreia do Sul) e Gnabry (Alemanha) – 3 gols
Fem: Cadamuro (França) e Heyman (Austrália) – 2 gols

PÚBLICO [os jogos que aconteceram no mesmo dia tiveram públicos contabilizados em momentos diferentes]

Brasil 4 x 0 Dinamarca [41.067]
Nigéria 2 x 0 Dinamarca [30.307]
Japão 1 x 0 Suécia [17.821]
Alemanha 3 x 3 Coreia do Sul [17.121]
México 2 x 2 Alemanha [16.500]
Coreia do Sul 8 x 0 Fiji [16.000]
México 5 x 1 Fiji [11.200]
Alemanha 1 x 0 China [9.642]
França 3 x 0 Nova Zelândia [7.530]
Austrália 6 x 1 Zimbábue [5.115]

Por Igor Matheus

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