GEORLIZE: DE ÁRBITRA DE FUTEBOL A SECRETÁRIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

Reportagem, de Joel Batalha

             

Georlize Oliveira Costa nasceu em 22 de janeiro de 1967, na cidade de Major Isidoro, interior de Alagoas. Seus pais:  Adauto Vieira da  Costa e Joana D’arc Oliveira Costa. Na verdade, ela chegou ao Estado de Sergipe, aos 16 aos de idade, quando sua mãe faleceu, na cidade do Rio de Janeiro.

Toda a sua vida, até hoje, Georlize  dedicou ao esporte, desde a sua infância. Sempre gostou de Corrida de Formula 1. Quando menina, residiu na cidade do   Rio de Janeiro. Ainda gosta de todos os esportes,principalmente, o futebol. Na sua cidade, Major Isidoro, vencendo o preconceito, ela  jogou futebol feminino,num clube local.

              Em Aracaju, Georlize chegou a dedicar-se ao esporte, pelo convite formulado, pelo desportista Wellington Mangueira, presidente do Cotinguiba Esporte Clube,desta capital. Ela era na época estudante de direito,quase concluindo o  curso. Disse Georlize que  o Dr. Wellington Mangueira queria dar uma sacudidela, no Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Sergipana de Futebol e para tanto,solicitou  duas estagiárias  ao Departamento e ao  Centro Acadêmico de Direito,  da Universidade Federal de Sergipe. No TJD,em 1990, estrearam as acadêmicas de Direito,  Georlize de Oliveira, Otodéa Teles de Oliveira (hoje, Juíza de Direito) e Glícia Salmeron( hoje, Procuradora do Município de Aracaju). No primeiro momento, afirmou Georlize que causou um espanto,já que pela primeira vez, três mulheres assumiram cargos que eram utilizados por homens. Mais tarde, as citadas mulheres ganharam até manchetes (Nota 10) nos principais jornais e rádios de Aracaju, pelo sucesso que tiveram no TJD.

Em 1991, O Dr. José Ailton dos Santos, sendo presidente da Comissão de Arbitragem, convidou Georlize, Otodéa,  Teles de Oliveira e  Glícia, para serem juizas de futebol. Isso, aconteceu, em pleno TJD, disse Georlize.  Ela, Georlize, aceitou o convite de José Ailton. Ela pediu afastamento do TJD e ingressou na   “Escolinha de Árbitros Zé Gogó”. Naquele tempo, ela era noiva e tinha um bom ambiente entre os seus novos colegas. Por ser mulher, não mudou a sua regra de viver, na nova profissão.

E sobre as peripécias que tem a contar Georlize? – Ela responde: “Iniciando a  minha carreira de árbitra de futebol, fui designada para apitar uma partida amistosa, no interior do Estado e mais precisamente, na cidade de Carmópolis,na inauguração do Estádio do SESI”.

O  goleiro do time do  São Cristóvão, cujo nome ela não se   não lembra, começou a brincar com Georlize, não acreditando na arbitragem feminina. Pegou de primeira,um cartão amarelo.Minutos após, o mesmo goleiro, tirou gracejo com Georlize, esta, automaticamente deu-lhe cartão vermelho. Ele não aceitou a expulsão… 

foi quando, Georlize chamou a polícia,  ele saiu de campo.  No futebol feminino sergipano, Georlize nunca chegou a apitar, já que o referido esporte, não teve ascensão, por falta de apoio, por quem  de  direito, lamenta ela. Tive em Sergipe, uma grande receptividade, por parte dos meus colegas árbitros, dirigentes, atletas de futebol e  da  imprensa. Agradeço, de coração  a todos os sergipanos, hoje, meus irmãos.

 Continua Georlize: “Um fato interessante que aconteceu comigo, tão logo ingressei no TJD. Aos 23 anos de idade, um repórter de televisão ficou tirando gracejo comigo, no Complexo Desportivo do Baptistão. Nem mesmo ele me conhecia. Um certo dia fui a uma seção no TJD e lá me deparei com o  tal repórter”. Disse ela, não foi o Furiba, o galã e o “lambardes”, da Tv-Atalaia(risadas) e sim um outro que ela não se lembra do nome. Quando entrei no TJD e fui apresentada pelo  Dr. Wellington Mangueira, como Delegada de Policia,  Auditora e  Relatora, de um importante processo, no qual um desportista cuspira no rosto de um árbitro de futebol, o   rapaz, ou seja, o repórter,  mudou de cor, quase não fazendo a entrevista comigo”. O certo , era  que a Georlize por ser uma pessoa simples( na ótica do tal repórter), não pertencia em hipótese alguma, ao TJD da FSF. É como diz,um velho ditado: “As aparências enganam…”

Disse  ela apesar dos pesares, não teve decepção no esporte sergipano. Por causa do esporte, sinceramente, só ganhei amigos e amigas e por isso, me sinto realizada pessoalmente e feliz. Para ela, o seu marido, Julio César,  também é  desportista, sempre foi um  ponto essencial, na sua  vida  esportiva.

Georlize, nunca entendeu que o fato de ser mulher poderia torná-la diferente dos demais profissionais. Disse ela que encarou tudo que fez com muito profissionalismo e responsabilidade. Talvez por isso, praticou atividade vistas como exclusivamente do universo masculino e em todas, ela foi bem sucedida, graças a Deus, dando como exemplo: jogar e pitar futebol, ser uma das primeiras mulheres a participar do Tribunal de Justiça Desportiva, ser também a primeira mulher a assumir titularidade das delegacias de Furtos e Roubos de Veículos e Homicídios, ser a primeira mulher a assumir cargos de direção, na Secretaria de Segurança Pública, como Coordenadora de Delegacias da Capital,  Superintendente da Polícia. Civil e Secretária de Estado da Segurança Pública do Estado de Sergipe( segundo semestre de  2005).

 

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