Heróis da Resistência – Como o surf em SE sobrevive sem apoio – Parte I

O Portal Infonet publica nesta semana uma série de três reportagens com pessoas que mantêm vivo o espírito do surf no Estado de Sergipe. Os ‘Heróis da Resistência’ são atletas sergipanos, que mesmo sem apoio financeiro (às vezes sem patrocínio algum) conseguem treinar e ganhar competições nacionais. Simplesmente porque o fator imprescindível para esses resultados não falta a eles: a paixão.

Os personagens dessas histórias são pessoas comuns, que trabalham, têm filhos, família, mas quando encontram o mar viram imortais. Sábios das pranchas que sabem como falar com a natureza e dropar uma onda com a mesma simplicidade que se cumprimenta um amigo. Toninho Costa, Rita Braga e a atual diretoria do Clube Sergipano de Longboard são nossos heróis na resistência do surf sergipano.

Quem abre a série de reportagens é Rita Braga, a surfista que recentemente foi vice-campeã da 1ª estapa do Circuito Brasileiro de BodyBoard.

Rita Braga: campeã, mesmo sem patrocínio

Quem imaginaria que uma atleta que passou sete anos fora de competições pudesse voltar e ficar em segundo lugar num campeonato nacional? Rita Braga conseguiu essa façanha, pegando o vice-campeonato da 1ª etapa do Circuito Brasileiro de BodyBoard. A competição aconteceu na Baía de Maracaípe (PE), na primeira semana desse mês e reuniu 30 atletas na categoria feminina.

Na bateria final Rita disputou onda a onda com a potiguar Janaína Oliveira, e por pouco não conseguiu o primeiro lugar no pódium. “O mar estava complicado, com as ondas pequenas e fechando. Estava muito difícil de fazer manobras”, disse a surfista. No entanto, a sergipana levou mais um título para casa, deixando atletas de todo o país para trás.

Rita (ao centro de vermelho)
Desde sua volta em 2005 a bodyboarder conseguiu resultados expressivos nos circuitos que passou. Teve dois segundos lugares e dois quintos, chegando a disputar circuitos no Uruguai e em Florianópolis, onde morou durante o ano de 2006. A grande dificuldade da atleta é percorrer todo o circuito nacional, já que está sem patrocinadores. “Hoje em dia eu viajo só com os apoios”, comenta.

Rita começou a surfar com dez anos de idade, impulsionada pelos irmãos que pegavam onda. “Só não pergunta a minha idade atual (risos)”. Começou com a pranchinha (prancha de surf normal), mas depois se apaixonou pelo body. “Se eu não tivesse conhecido o bodyboarding não sei que esporte eu faria”, comenta.

No entanto, a carreira que estava sendo alavancada pelos títulos foi interrompida pela gravidez e pelo casamento. No ano de seu casamento ela havia conseguido ficar em segundo lugar numa etapa do campeonato brasileiro, vencendo uma bateria da campeã mundial Daniela Freitas. Rita passou sete anos fora de competições, mesmo assim conseguiu voltar e trazer resultados rapidamente para o Estado.

Aéreo de Rita
“Tem pouco tempo que eu retornei, mas acho que até voltei bem”, disse tímida. Na época Rita ficou em 5º lugar no brasileiro. “Acredito que se eu ficar sempre competindo vou me dar bem”.

Após a separação, e com o filho de nove anos que já pega onda, voltou a rotina de treinamentos para conquistar mais títulos. Pratica yoga todos os dias, e quando o mar está em condições de surfe ela entra. A parte de musculação e fortalecimento também é trabalhada.

 “A gente está remando contra a maré porque apoio nós não temos nenhum. Eu vejo muita gente de fora com apoio das prefeituras e governos estaduais. Pessoas novíssimas com patrocínios legais e que vão a competições internacionais. Isso estimula a gente a continuar. Eu digo que eu sou uma heroína da resistência, porque nunca tive patrocínio nenhum e hoje estou aqui”, desabafa Rita.

Rita Braga
A próxima etapa do Circuito Brasileiro de BodyBoard vai ser no mês de maio, na praia de Rio das Ostras (RJ). “Se eu conseguir daqui pra lá um patrocínio que me banque eu vou ficar muito feliz (risos)”. A atleta, que é formada em Educação Física há um ano, tira sua renda como professora de yoga e personal trainer.

Quando perguntada se ela tinha mais alguma coisa pra falar na matéria, Rita brincou. “Que as meninas não peguem onda de prancha, peguem de body pra fortalecer a classe (risos)”.

Você pode entrar em contato com Rita Braga através de e-mail.

Não perca amanhã a segunda reportagem da série “Heróis da Resistência”: como o surf em SE sobrevive sem apoio .

Confira o Glossário sobre Surf

Por Ben-Hur Correia e Andreza Azevedo

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