Judoca paraolímpico sergipano é destaque em competição

Enaldo Costa é esportista do programa Bolsa-Atleta (Foto: Ascom Sejesp)

Promover a inclusão através do esporte é um dos maiores objetivos da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp). Prova disso é a recente vitória do judoca paraolímpico Enaldo Costa, esportista do Bolsa-Atleta, que conquistou o quinto lugar no Grand Prix Infraero de Judô para Cegos e Deficientes Visuais 2013.

Enaldo competiu com outros 173 judocas de 37 entidades de diferentes locais do Brasil, além de delegações da Rússia e da Argentina. Ele se mostra satisfeito com a experiência. “Para mim foi muito válido, sou o primeiro atleta deficiente visual a alcançar um campeonato de nível tão alto. Agora é treinar ainda mais para estar em um lugar maior no pódio”, diz. O esportista já foi Vice-Campeão Brasileiro e conquistou o quarto lugar no Mundial Paraolímpico.

O atleta sergipano nasceu com Retinose Pigmentosa, doença hereditária que corrói a retina e ocasiona a perda gradual da visão. Hoje, aos 28 anos, ele só enxerga 10%. Para ele o esporte foi fundamental para a superação durante esse processo. “O judô surgiu com o inesperado. No colégio um colega me chamou para praticar, mas eu fugia sempre. Não conhecia a arte marcial e achava que ia apanhar, acabar me machucando. De uma hora para outra aceitei ir, fiz uma aula inicial e no primeiro dia vi que era aquilo que queria para mim. O esporte para minha vida foi unir o útil ao agradável”, fala.

Sobre o Bolsa-Atleta, Enaldo também não mede palavras. “O programa me ajudou a me promover, a chegar a participar de um campeonato a nível internacional. Agradeço muito ao secretário e espero que ele continue com esse ponto de vista de apoiar o esporte, para que possamos cada vez mais trazer resultados para Sergipe”, acrescenta.

Preconceito e Superação

Além de atleta, Enaldo também é treinador. Estudante de Educação Física de Sergipe, ele ministra aulas para esportistas deficientes visuais em parceria com a Associação dos Deficientes Visuais De Sergipe (Adevise). “Eu não proporciono apenas a arte marcial, o judô vai além disso. Nós ensinamos a segurança e a independência nas ruas, na vida pessoal e no dia-a-dia”, afirma. O jovem professor também treina a equipe paraolímpica do estado.

Para aqueles que desejam se integrar ao esporte, o professor-esportista não acredita que haja obstáculos. “Quem acredita que a deficiência torna incapaz deveria fazer uma vivência, ir a algum centro ou entidade e observar suas atividades. Isso muda totalmente a visão em relação ao deficiente ser coitado ou inválido”, conclui.

Fonte: Sejesp