kickboxing ganha adeptos, mas ainda precisa de apoio

Em época de competição os atletas chegam a treinar 8 horas por dia. (Foto: Portal Infonet)

O esporte surgiu na década de 1970 nos Estados Unidos, com o objetivo de permitir mais contato entre os lutadores, diferente do que acontecia até então com o karatê. Depois de algumas reestruturações nasce o Kick Boxing (chutar boxeando) com seis modalidades: Musical Forms (coreografia de movimento de lutas com uma música de fundo), Semi Contact: (semelhante ao karatê, com o objetivo de apenas pontuar), Light Contact: (pontuar com o contato constante), Full Contact: (boxe com qualquer tipo de chute acima da cintura), Low Kicks: (as mesmas definições do Full Contact, com chutes nas pernas) e K1 Rules: (permite todas as técnicas com boxe, chute e joelhadas).

Em Sergipe, existe a Federação Sergipe de Kickboxing filiada à Confederação Brasileira de Kickboxing (CBKB), além de escolas e academias filiadas. É o caso da Escola de Artes Marciais Kombat Sergipe. O professor Willames Silva trabalha com artes marciais há 20 anos. “Comecei com kung fu e fiquei quase 10 anos neste esporte. Depois conheci o kickboxing e até hoje estou aqui”, explica.

O esporte está nos Jogos Panamericanos e em breve entrará nas Olimpíadas, mas apenas nas modalidades Full Contact, K1 Rules e Semi Contact. A academia recebe alunos de todas as idades, a partir dos 7 anos. “Como a pessoa não conhece a arte, ela tem receio. Muita gente acha que é só lutar. Lutar é a última essência da arte marcial”, afirma o professor. Ele também chama a atenção para a necessidade de procurar professores qualificados. “O público precisa conhecer a modalidade, identificar as federações oficiais. Tem gente que dá aula, mas não está credenciado e não tem currículo marcial”.

Benefícios

Os três atletas profissionais da Kombat. No centro o professor Willames Silva. (Foto: Portal Infonet)

O professor explica ainda que o esporte traz inúmeros benefícios. Desde coordenação motora, desenvolvimento psicológico, parte física, habilidade, visão de luta, redução de peso, fortalecimento das articulações e alto controle.

Para praticar o esporte é só ter vontade de aprender novas modalidades, é o caso de Vladmir Lopes de Santana Jr que é professor de judô e começou a treinar há um mês o kickboxing “com o tempo vi que é essencial descobrir novas artes, novos conhecimentos buscando sempre o melhor estilo de vida”, explica.

Projetos

Além da academia, o professor Willames dedica seu tempo a outros projetos, todos com artes marciais. É o caso da Escola Aberta projeto que acontece nos colégios Colégio Estadual Barão de Mauá no Orlando Dantas, Colégio Estadual Amilton Rocha no Eduardo Gomes e Colégio Estadual Governador Valadares no 18 do Forte e que leva várias modalidades de esporte para os alunos.

Existe também o “Jovem na Fé” da Paróquia São Rafael e a Campanha Nocauteie as Drogas que está em busca de parceiros tem o objetivo de não só incluir o jovem como também acompanhar o jovem para que ele continue no meio social.

Competições

O calendário anual do Kickboxing é cheio de competições com lutas amadoras e profissionais os próximos eventos para os atletas sergipanos são: Campeonato Intermunicipal de Kickboxing que é uma seletiva para a Copa Brasil no Rio de Janeiro em agosto,  2º Kombat Sergipe, Copa Brasil em setembro, Panamericano em dezembro na cidade de Foz do Iguaçu. A lista completa de eventos está na página da CBKB.

Dificuldades

Greice Diana, uma das atletas profissionais de Sergipe. (Foto: Portal Infonet)

Hoje a maior dificuldade é a falta de patrocínio. No último Campeonato Brasileiro que aconteceu no início do mês de junho em São Paulo a delegação sergipana levou 25 atletas e conquistaram 8 medalhas de ouro, 5 de prata e 11 de bronze. Na Kombat são três atletas profissionais e muitos amadores que já ganharam diversos prêmios e a classificação em outras competições. É o caso de Hugo Nascimento que foi ouro no Campeonato Brasileiro e também foi classificado para o mundial na Iugoslávia. Greice Diana também ganhou medalhas, mas também não tem patrocínio. “Não tenho patrocínio, roupa adequada, alimentação, suplementos. São muitas as dificuldades. Nas competições são as pessoas da comunidade que ajudam”, explica.

A atleta profissional Bárbara Santos já pensou em desistir. (Foto: Portal Infonet)

A dificuldade é compartilhada também pela primeira atleta profissional da Kombat Bárbara Santos “Entrei há seis anos no projeto Escola Aberta, a partir dali não parei mais. A maior dificuldade é a falta de apoio, o Estado tem muitos atletas bons, mas não tem patrocínio. É tanto que essa semana eu ia parar por falta de ajuda”.

Essa dificuldade se intensifica no caso das mulheres, isso porque o nível das profissionais em Sergipe é alto. “São poucas as mulheres que jogam hoje. Por isso elas não lutam mais aqui por falta de atletas. Ou vão para fora ou precisamos trazer atletas de outros estados” finaliza o professor Willames.                                                                                                                                                        

Por Allana Andrade

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