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Mulher no Tatame 2 aconteceu no CT da Gracie Barra (fotos: Igor Matheus/ Portal Infonet) |
Quase seis meses depois da primeira edição, o projeto de jiu-jitsu Mulher no Tatame voltou com tudo na tarde deste sábado, 15, no Centro de Treinamento da Gracie Barra, no Augusto Franco. Treinão exclusivo para mulheres idealizado pela atleta Déborah Costa, o evento reuniu cerca de 40 praticantes de várias equipes, mostrou a força do jiu-jitsu no público feminino e contou, desta vez, com a presença de verdadeiras heroínas do esporte no estado.
A primeira delas chegou no meio do treino, mas causou grande comoção entre as atletas. Tratava-se de Kátia Cilene, a primeira mulher faixa-preta de Sergipe. Formada pelo mestre Jairo Moura há cinco anos, a professora não conseguiu conter as lágrimas ao ver tamanha demonstração de participação feminina em um esporte que ela desbravou sozinha entre homens. “Nunca pensei que o jiu-jitsu fosse explodir dessa forma entre as mulheres. É algo maravilhoso de se ver”, disse.
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Kátia Cilene, primeira mulher faixa-preta de Sergipe |
Outra personagem emblemática da tarde era Nair Mota. Aos 63 anos, ela demonstrou particular conexão com a “arte suave”. Primeiro, é mãe de Danilo Mota “Bananinha”, um dos maiores faixas-pretas do estado. Segundo, ela mesma é praticante de jiu-jitsu há 10 anos, iniciada por influência do filho, e graduada na faixa-roxa. E é diante de tamanha intimidade com o esporte que ela agradece pelo que ele fez à família. “Tenho dois filhos, os dois fazem jiu-jitsu e nenhum deles fuma nem bebe nem vive em farra. Se os pais quiserem que seus filhos se afastem de coisas ruins, arranjem um esporte para eles fazerem”.
Dona Nair também ressaltou o que o jiu-jitsu fez a ela mesma. “Eu tinha problema no joelho e a forma que encontrei para solucionar isso foi o jiu-jitsu, pois nunca gostei de musculação. E foi assim que consegui fazer com que ele ficasse melhor. Treino todos os dias de manhã e posso dizer que apesar dos 63 anos, me sinto como se tivesse 40”, diz.
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Nair Mota: treinos diários |
Por fim, uma das atrações do treino foi Layce Barbosa. Grávida de sete meses, a faixa azul mostrou que não há limites quando se tem gosto pelo esporte. “A médica não vetou práticas esportivas, mas disse que tudo tinha que ser moderado. Nos treinos, eu só participo dos alongamentos e faço uma corrida, mas estou sentindo muita falta de treinar pesado”, lamenta.
Aos 23 anos e detentora de alguns títulos estaduais, a atleta admite que não aguenta ficar parada. “Muitos dizem que grávidas costuma dormir mais, principalmente à tarde. Mas já se passaram sete meses e até agora não sei o que é isso”. Ansiosa pelo nascimento da filha, Layce já definiu que os tatames vão ganhar mais uma fiel seguidora da arte suave. “Já tenho o quimoninho dela. Essa aqui vai ser jiu-jiteira”.
Idealizadora do Mulher no Tatame, a faixa-roxa Déborah Costa destacou sua satisfação com mais uma edição do projeto. “Muitas meninas começaram a praticar jiu-jitsu graças à primeira edição, e esperamos que isso continue por todas as próximas vezes que nos reunirmos”, disse.
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Layce Barbosa: esperando… o treino começar |
Por Igor Matheus