O futebol sergipano tem salvação?

O futebol do Estado tem sofrido um declínio nas última década (Foto: Arquivo Portal Infonet)
Esta última década tem sido marcada por pequenas vitórias e momentos de grandes decepções no futebol sergipano. Verba reduzida, necessidade de dirigentes pró-ativos, mais investimentos em jogadores locais e demais fatores vêm provocando um declínio nos campeonatos do Estado. Será que o futebol ainda tem salvação?

“Esta desorganização do futebol sergipano não é de agora, está sendo mais percebida ultimamente em mãos de pessoas que têm responsabilidade. Pouquíssimos dirigentes estão se incomodando com a história dos clubes e com o torcedor”, afirma o comentarista esportivo Rivaldo Sobral. Ele afirma que um ponto fundamental na gestão de um clube de futebol, é a valorização do torcedor.

Rivaldo Sobral, comentarista esportivo (Fotos: Portal Infonet)
“Muita gente esquece-se do principal dono do espetáculo, que é o torcedor. Tem o jogador, claro, esse é profissional. Mas ainda não se questiona o que o torcedor quer ou gosta. Não se faz um futebol voltado para quem exatamente propicia o pagamento de atletas”, relata Rivaldo.

Clubes

A preocupação com a paixão dos brasileiros não é à toa. Os dois maiores clubes do Estado, o Clube Esportivo Sergipe e a Associação Desportiva Confiança, vêm caminhando com um histórico de perdas e problemas estruturais internos. “De 2000 para cá tivemos pouquíssimos bons momentos no futebol sergipano. O bi-campeonato do Confiança, por exemplo, quando os estádios eram cheios, por conta das promoções que existiam na época, foi memorável”, afirma Rivaldo.

“Nenhum patrocinador vai apostar em uma fonte improdutiva”

Para o diretor de esporte do Sergipe, Beto Hora, a situação do esporte é crítica. “Precisamos apostar na base dos jogadores. E para isso é necessário que se dê condições para o trabalho desses jovens”. Ele conta ainda que a credibilidade de um time abre portas para possíveis acesso aos recursos. “Nenhuma empresa ou patrocinador vai apostar em uma fonte improdutiva, que não traga resultado. O mesmo acontece com nossos clubes, precisamos manter a credibilidade”, explica o diretor.

Alberto Hora, diretor de esporte do Sergipe.
A necessidade de dirigências mais pró-ativas e mais compromissadas com os clubes está entre os temas mais constantes nas rodas de assuntos sobre o futebol sergipano. “Acredito que a própria renovação da Federação, com a inserção de um ‘sangue novo’, também daria um pique maior ao esporte do Estado. Até porque permitiria que saíssemos das mesmices”, afirma Alberto Hora.

Segundo o comentarista Rivaldo, a união dos novos dirigentes, com mentalidades mais modernas, também é fundamental. “Parece-me que o Luiz Roberto, agora no Confiança, por exemplo, promete ser um grande nome para tentar dar uma nova roupagem ao clube”, aponta.

Campeonato do Nordeste

De acordo com Rivaldo Sobral, a falta de organização do Campeonato do Nordeste 2010, promovido e dirigido pela Liga do Nordeste, pode ter contribuindo para o insucesso dos clubes sergipanos na série classificatória. “O próprio Sergipe passou pouco mais de 84 dias sem jogar, tendo que dispensar jogadores”, conta.

O comentarista afirma que até o período de realização da Copa do Nordeste foi problemática.  “Sou favorável a Copa do Nordeste, mas acredito que ela foi muito mal elaborada. Ainda por cima, por ter sido realizada no período da copa do mundo, onde todos estavam voltados para os jogos do Brasil”, salienta.

O futebol tem salvação?

Para Gilvan, torcedor do Confiança, os clubes devem começer do zero.
Para Gilvan Hora Santos, torcedor desde criança do Confiança, o futebol tem salvação.  Segundo ele, os clubes do Estado deveriam começar do zero, dando valorização aos jogadores locais. “Eles têm de investir maciçamente na nossa base. A garotada daqui é muito boa. Os jogadores têm de ser formados aqui mesmo. Até porque a contratação de atletas de fora é cara e acho que isso pode prejudicar a folha de pagamento dos times”, declara.

“Uma gestão democrática que preze pela transparência é um ponto fundamental para a manutenção de competições favoráveis”, acrescenta Alberto Hora, diretor do Sergipe. Ele sente que com os novos nomes na direção do time, o Sergipe irá rever resgatar sucessos pretéritos. “Apesar das últimas derrotas no ‘nordestão’, já vemos melhoras no nosso time”.

“O futebol está na UTI, mas ainda não morreu. Ele não pode morrer. O povo gosta de futebol. Temos uma promissora mão de obra no esporte do nosso Estado. A reformulação tem de ser geral, com a promoção de novos valores, através das divisões de base”, conclui Rivaldo.

Por Victor Hugo e Raquel Almeida

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