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| Obras estão paralisadas (foto : Arquivo Portal Infonet) |
As obras de reforma do estádio Lourival Batista paralisaram pela segunda vez desde o início do empreendimento nesta quarta-feira, 26. A ação é liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Manutenção e Montagem do Estado de Sergipe (Sintepav/SE), que reivindica da empresa responsável pela obra, a MRM, cumprimento de convenção coletiva. Caso não haja acordo até a próxima terça-feira, 1º de abril, a paralisação será transformada em greve por tempo indeterminado. A última interrupção dos trabalhos aconteceu em setembro de 2013 e durou três dias.
A paralisação aumenta a já dramática corrida contra o tempo para que o Batistão tenha condições de sediar os treinamentos da seleção da Grécia para a Copa do Mundo. Até agora, o prazo previsto de entrega da praça de esportes era fim de abril. Em visita às obras, o técnico da Grécia, Fernando Santos, disse que haveria um plano "B" caso o estádio não ficasse pronto até maio.
Sindicato, empresa e governo
De acordo com Albérico Queiroz, presidente do Sintepav, os valores pagos pela MRM aos funcionários não correspondem à categoria da obra. “A empresa alega que a licitação da Seinfra descrevia a obra como de construção civil leve. Mas em todo o país obras em estádios são da categoria construção civil pesada. Isso foi legitimado pela Superintendência Regional do Trabalho. Mesmo assim, alega-se que o ajuste de preços causaria prejuízo”.
Para o gerente de contratos da MRM, Marco Aurélio Alves, a empresa não pode fazer muito alem de aguardar posição do governo. “A MRM foi contratada a partir da base de preços de um outro sindicato, que se referia a construção civil leve. Quando o Ministério do Trabalho reconheceu que a base de funcionários da obra era do Sintepav, a obra, segundo o sindicato, passou a ser construção pesada. Acontece que essa modalidade prevê salários e benefícios maiores, e isso gera acréscimo nas despesas. Logo, quem tem que ver isso é o dono da obra, que é o governo, que já está analisando a questão junto à Procuradoria Geral do Estado”.
Por sua vez, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), responsável pela obra, destacou que o governo aguarda uma confirmação oficial da situação do sindicato. “Já há um parecer da PGE favorável à reivindicação dos trabalhadores, O que falta é uma publicação oficial, no Diário IOifical a União, confirmando que o Sintapev é de fato o representante da base de operários da obra. Isso a caracterizaria como construção pesada. A Seinfra não é contra a reivindicação, mas está no aguardo dessa publicação”, disse o assessor Flávio Lima.
Ainda de acordo com o assessor, a secretaria não acredita que a atual situação vá incorrer em prejuízo para os prazos da obra. “Trabalhamos com o cronograma. Apostamos no cumprimento dos prazos”, disse.
Por Igor Matheus
