Palmeiras teme mais um rebaixamento

Um resultado humilhante, uma porrada, uma buchada, uma biombada. O técnico palmeirense Jair Picerni usou várias expressões para definir a queda por 4 a 2, no Parque Antarctica, no domingo. Mas o goleiro Marcos definiu o resultado de forma mais taxativa: “foi um alerta”. “Aqueles jogadores que estavam aqui no ano passado ainda estão preocupados que isso possa voltar a acontecer. É bom para abrir os olhos de quem não estava aqui”, disse. Rebaixado no campeonato nacional, o time agora teme fazer o mesmo caminho no torneio estadual. Nesta segunda-feira, Picerni promoveu uma reunião de uma hora de duração em que apontou os erros e pediu atitude dos jogadores -uma cena recorrente no Palmeiras 2002 de Levir Culpi. “Senti o grupo preocupado”, disse. Na saída, anunciou mais quatro mudanças no time para o jogo de quarta, a estréia na Copa do Brasil, enfrentando em Várzea Grande (MT) o time do Operário. Ele deu indícios que entrariam no time o zagueiro Denys e o atacante Anselmo e que o meia Zinho retornaria aos titulares. A quarta substituição sairá do treino desta terça-feira no reconhecimento do gramado da partida. “Quando o time se equilibrar e obtiver duas vitórias seguidas, haverá uma equipe titular”, sentenciou o técnico. O problema é que o Palmeiras não tem dois triunfos em série desde a Copa dos Campeões, em meados de 2002. Para Picerni, o trauma do rebaixamento está abalando os jogadores. “O que aconteceu no ano passado está refletindo ainda.” Atualmente, o Palmeiras ocupa a 11ª posição do Paulista pelo critério técnico. Se continuar nesse pelotão, estaria disputando o sistema de rebaixamento do Paulista-2003, que é mais rocambolesco do que o Brasileiro-2002. Dos 21 times em disputa na primeira fase, oito passam para as quartas-de-final. O nono colocado simplesmente desaparece do torneio, enquanto do 10º ao 21º colocados disputam uma espécie de “torneio da morte”. Eles serão divididos em dois grupos de seis equipes, jogando grupo contra grupo em turno único. Os dois últimos colocados são rebaixados. O penúltimo lugar ainda tem uma chance para não cair, disputando dois jogos com o vice-campeão da Série A-2, a segundona. Mas atualmente a última coisa que Picerni quer é fazer contas, afinal, tem quatro jogos pela frente pelo Paulista, sendo três fora. “Não estamos usando a matemática aqui”, se lamentou Picerni. “Nós projetamos vencer o Barbarense. Não aconteceu. Melhor trabalhar jogo a jogo”, completou. A situação está tão ruim que uma das poucas coisas que faz Picerni sorrir são as já rotineiras perguntas sobre o atacante Dodô, sumido do clube há dias.

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