A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na sede do time de futebol Socorro Sport Club, localizado na cidade de Nossa Senhora do Socorro e apreendeu equipamentos eletrônicos e documentos. O mandado foi autorizado pela 9° Vara Criminal com base no inquérito policial instaurado para apurar as denúncias de uma suposta extorsão que um jogador de futebol boliviano estaria sofrendo por parte do dirigente do clube de futebol.
“Representamos por medidas cautelares perante à 9ª Vara Criminal, e a juíza deferiu o mandado de busca e apreensão. Nós apreendemos celulares, computadores e documentos. Os aparelhos eletrônicos serão encaminhados à perícia, para tentarmos encontrar indícios ou evidências da grave ameaça. E, também, a Justiça deferiu o afastamento do presidente da agremiação esportiva enquanto durar a investigação”, explica Rodrigo Espinheira, delegado responsável pelo caso.
O caso que está sendo investigado pela 4ª Delegacia Metropolitana (4ª DM), localizada em Aracaju, foi denunciado pelo próprio jogador que relatou, segundo a polícia, que o dirigente do clube solicitava dinheiro para a manutenção do atleta na agremiação esportiva.
“Instauramos inquérito policial para investigar essa notícia de crime dada pelo próprio jogador boliviano. Segundo ele, estava sendo extorquido mediante grave ameaça de ser colocado para fora do clube, caso não pagasse as quantias que o presidente estava querendo”, detalha o delegado que informa que a Lei Pelé proíbe esse tipo de conduta.
“A motivação do pedido seria para bancar as despesas com hospedagem, alimentação e transporte. Mas, segundo a Lei Pelé, a própria aglomeração esportiva tem que arcar com essas despesas. Entretanto, com o medo de ser colocado para fora, o jogador fez pagamentos, que hoje somam em torno de R$ 20 mil. Mesmo assim, a acomodação não era digna e a alimentação igualmente, ou às vezes nem tinha o alimento”, enfatiza o delegado.
O inquérito policial está em fase final, deverá ser concluído nos próximos dias e encaminhado à Justiça. “Estamos na fase final do inquérito. Acredito que até o final do ano, ou no máximo em janeiro, estaremos enviando para Justiça. Segundo testemunhas ouvidas no inquérito policial, essa postura do presidente estaria se repetindo com relação a outros jogadores de futebol”, finaliza o delegado Rodrigo Espinheira.
Federação Sergipana de Futebol
O presidente da Federação Sergipana de Futebol, Milton Dantas, informou que até esta quinta-feira, 3, a entidade não foi notificada da decisão judicial pelo afastamento do presidente do Socorro Sport Club. “ Só tivemos informação dessa decisão pela justiça, mas assim que formos notificados vamos cumprir a decisão judicial e afastar o presidente do clube e encaminhar o caso a Justiça Desportiva para apurar essas denúncias”, afirma.
Milton explica que esse tipo de conduta acontece muito no país e é uma prática que vem sendo combatida há muito tempo. “Há jogadores que pagam aos clubes para se profissionalizar, isso infelizmente acontece em todo o país, mas a Federação não concorda com essa prática e é contra esse tipo de conduto no âmbito do futebol”, ressalta.
Socorro Sport Club
O Socorro Sport Club se manifestou por meio de nota. Confira na íntegra:
“Em razão das recentes matérias veiculadas por alguns veículos da imprensa sergipana, envolvendo o presidente da Agremiação Esportiva Socorro Sport Club em um suposto esquema de extorsão de um jogador de futebol estrangeiro, os advogados que assinam a presente, vêm à público informar que a acusação levianamente proferida pela suposta vítima não guarda qualquer nexo com a realidade dos fatos ocorridos no caso em questão.
Isso porque, apesar da vasta investigação realizada pelo delegado incumbido pelo caso, até o presente momento não veio a ser encontrado qualquer meio probatório que pudesse comprovar aquilo que o noticiante alega de forma caluniosa, no que se refere ao então presidente do Socorro Sport Club.
No mais, esta defesa vem se insurgir e criticar veementemente a extrema publicidade dada ao caso pelo delegado responsável, em um momento que ainda existia vedação de tal ato pelo próprio juízo no qual tramita a demanda, ocorrência essa que além de desobedecer a um comando judicial, fere direitos personalíssimos de terceiros.
Por fim, o investigado, bem como esta defesa técnica, reafirma a crença no poder judiciário e na justiça, de maneira que acreditam que ao final do processo judicial restará verificada a completa inocência daquele, uma vez que toda notícia do suposto delito, nasce de uma caluniosa conspiração de pessoas no mundo do futebol que são notórios desafetos do investigado.
É o que há para o momento.”
Por Karla Pinheiro
A matéria foi alterada no dia 11/12 para acréscimo de nota enviada pelo Socorro Sport Club.
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