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Sejesp faz doação para projeto da tropa de Choque (Foto: Sejesp) |
Um projeto desenvolvido desde 2011 pelo Batalhão de Choque ganhou uma atenção especial da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp) no último sábado, dia 21. Intitulado ‘A escola vai ao Batalhão’, o projeto oferece aulas de judô na 3ª companhia do Batalhão, que fica no Bairro América, para 20 crianças no contra turno escolar. Para ampliar o quadro de crianças assistidas, a Sejesp fez a doação de 100 quimonos.
A solenidade de entrega aconteceu na sede do Batalhão, no Bairro Ponto Novo, em uma ocasião significativa: a primeira turma do projeto passou pela primeira avaliação para mudança de faixa, acompanhada de perto pelo idealizador e coordenador do projeto, Cabo Marcelo Élvio. O entusiasta do esporte explicou como nasceu a iniciativa.
“Quando nós íamos treinar os integrantes do Choque para defesa pessoal, muitas crianças da comunidade perguntavam o que era aquilo e se interessaram em aprender, se aproximando do batalhão. Levamos a ideia de montar o projeto para o Major Rolemberg, comandante do Choque, e conseguimos a aprovação, passando a oferecer as aulas de judô de segunda a sexta-feira no turno da manhã e as segundas, quartas e sextas a tarde”, explicou Élvio.
Por receber crianças e adolescentes em situação social difícil, o projeto decidiu ir além. Os quimonos e tatames dividem espaço com cadernos e livros de matemática e português em aulas de reforço oferecidas por policiais graduados nas disciplinas. O impacto das ações é tão importante para a comunidade, que de acordo com Élvio, o projeto recebeu apoio do Ministério da Justiça e pretende ampliar sua atuação para outras comunidades.
“A nossa ideia é que em dois anos possamos atuar em outras comunidades, subindo para 500 crianças assistidas. Já contávamos com o apoio do Sesi e agora com a Sejesp nos cedendo esse material podemos ajudar a mudar o futuro de mais 100 crianças. Foi um apoio maravilhoso”, explicou o coordenador do projeto.
Acompanharam a solenidade o comandante da 3ª Companhia do Choque, Tenente Moises Moraes, o comandante do Choque, Major Carlos Rolemberg e o comandante geral da Polícia Militar em Sergipe, Coronel Maurício Yunes, que falou da importância do projeto, a postura do Batalhão de Choque e a contribuição dada pela Sejesp.
“O Choque é uma unidade especializada, focada. Esse projeto demonstra para a sociedade que existe entendimento entre a Polícia Militar e a comunidade, mesmo com a imagem que a sociedade tem formada. Temos que enaltecer o projeto e parcerias como essa com a secretaria. Esse apoio é importante porque quanto mais crianças pudermos atender, melhor”, assegurou Yunes.
Emoção
Lenice da Silva, dona de casa que mora há oito anos no Bairro América, estava na primeira fila durante a solenidade. Ela estava ansiosa para ver seus três filhos, duas meninas e um menino, de 12, 14 e 15 anos, sendo avaliados para trocar de faixa. Para ela o projeto é de extrema importância para quem mora no local e o aumento das vagas veio em boa hora.
“Esse é um projeto que transforma as pessoas. Meus filhos estão mais estudiosos, mais focados. A gente sabe que acontece muita coisa errada com os meninos que não tem uma atividade para se ocupar. Acho que aumentar o número de vagas vai ser ótimo. Vai dar a outras mães a sorte que eu tive”, disse a dona de casa, enxugando as lágrimas.
O secretário Carlos Eloy conversou com o coordenador do projeto e com as autoridades que prestigiaram a entrega dos quimonos e percebeu a dimensão do projeto não apenas para a comunidade. “A Sejesp está feliz em poder contribuir para uma iniciativa grandiosa. Sempre digo que o esporte tem um poder transformador, e sendo aplicado em áreas de vulnerabilidade social a mudança se vê além do atleta. Esse projeto é importante para o Bairro América, para o esporte em Aracaju e para todos que fazem parte e se doam no Batalhão de Choque”, comentou.
Fonte: Sejesp