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Déborah Costa (foto: Igor Matheus/ Portal Infonet) |
O mundo é das mulheres. Essa parte os homens já entenderam. A questão, agora, é administrar as zilhões de formas que elas usam para expressar isso. Umas gostam de falar em opressão, preconceito, injustiça, diferenças e semelhanças. Outras preferem se mostrar em aeroportos, manifestações e eventos do G8. Mas em uma série de três reportagens, o Portal Infonet mostrará um grupo de sergipanas que escolheu um viés muito menos político e muito mais saudável de mostrar a força feminina: abrir clareiras na mata fechada dos esportes. E não são esportes quaisquer: são os esportes que os homens pareciam ter tomado para si.
Déborah no tatame
Um deles vem das artes marciais: o elástico e exigente jiu-jitsu. Iniciado por mestres franzinos e disseminado depois entre lutadores do tamanho de guarda-roupas, o esporte foi descoberto pelas mulheres e não tem mais limites. Uma delas é Deborah Costa, que chegou à arte suave por meio de outra arte marcial. “Fui apresentada ao jiu-jitsu pelo meu professor de judô. Então comecei a fazer os dois. Era interessante, porque o judô privilegia a luta em pé, e o jiu-jitsu é focado no combate no chão. Assim, um complementava um outro. Depois de um tempo acabei largando o judô, mas fiquei no jiu-jitsu. E já são oito anos nele”.
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A atleta e sua medalha de vice-campeã pan-americana |
A dedicação de Déborah ao esporte rendeu bem. Faixa roxa e competidora assídua, a sergipana já chegou a ser bicampeã pan-americana e vice-campeã mundial. De acordo com ela, a participação das mulheres no esporte aumentou tanto que chegou a estimulá-la a criar um treinão específico para garotas: o Mulher no Tatame, que aconteceu em 2013. “Tinha tanta gente treinando que muitas nem se conheciam. Então juntei contatos em comum, meninas que conheciam outras meninas e fizemos um encontro”. E a segunda edição já tem data para acontecer: será no próximo sábado, 15, na academia Gracie Barra, no conjunto Augusto Franco.
Déborah ressaltou ainda os benefícios do jiu-jitsu para as mulheres. “Alivia o stress, ameniza os sintomas da TPM e relaxa muito. Além disso, é algo que obriga sua alimentação a melhorar e aumenta a disposição”. Já a reação dos homens ao seu apego pelos tatames pode ser resumido em uma palavra: medo. “Quando eles descobrem que uma menina faz jiu-jitsu, acham que somos de meter porrada, mas não tem nada a ver”, diverte-se.
Nas próximas reportagens, veremos a luta de duas sergipanas pelo reconhecimento no futevôlei e no futebol americano.
Por Igor Matheus