Uma vila olímpica para Sergipe – Viana de Assis

Lemos, há dias passados, nos jornais e ouvimos nas rádios que o Governador estava com a idéia de procurar as construtoras sergipanas ou de realizar uma concorrência, a nível nacional, para entregar o nosso Batistão, construído nos ídolos de 1968, com toda área do terreno que ele ocupa. Uma área nobre, situada na zona sul de Aracaju, extensa, pois deve medir mais de 40.000 metros quadrados, hoje, muito valorizada. Em contra partida, a empresa construtora entregaria ao Estado um novo Batistão, obedecendo ao projeto que lhe fosse apresentado.  A idéia divulgada pelo Governador, através da imprensa, foi recebida com muita euforia pelos aracajuanos, principalmente os que conhecem as agruras, que sofrem os torcedores e os aficionados pelo futebol.  Eles enfrentam diversos problemas, alguns de certa gravidade, para assistirem a uma partida. Tumulto no trafego de veículos. Tumulto no acesso ao estádio e Tumulto no estacionamento que se estende mais de 1 km, nas avenidas e ruas, que se situam nas adjacências do Batistão. O barulho provocado na hora dos gols e pelo festival de fogos, que as torcidas e os clubes patrocinam.  A região hoje é toda povoada de hospitais e clinicas, cujos hóspedes são  prejudicados, fatalmente, por aquele barulho. O estádio obsoleto, construído há mais de 40 anos. Uma arquibancada já caiu. Será que a outra não esta no mesmo caminho? Daí a identidade que se criou com a idéia do governador e a euforia que a noticia causou a grande parte da população de Aracaju.    

 

Mas, como a gente sabe e o velho refrão popular já o imortalizou:  “Alegria de pobre dura pouco”. Com a visita do Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Sr. Ricardo Teixeira que veio a Aracaju examinar as condições dos nossos estádios para sediar a Copa de 2014, o Governador mudou de idéia e anunciou que iria fazer uma grande reforma no Batistão, atendendo as exigências da FIFA e da Confederação, afim de que ali pudessem ser realizadas algumas partidas da referida Copa.

 

Ora, Governador, o de que Sergipe precisa não é de uma reforma do Batistão, mais de uma Vila Olímpica e que, no conjunto dos equipamentos e prédios que ali deverão ser construídos, estará inexoravelmente, em primeiro lugar, a construção de um novo Batistão. Agora sim, esta construção deverá ser feita com todo esmero, toda técnica e toda sofisticação que os cartolas da FIFA exigem para que os seus portões sejam abertos para receber, não só as competições programadas entre países pequenos, mas entre os grandes países, que lá irão disputar o titulo de campeão.

 

Porque uma vila olímpica em Sergipe?

 

Sr. Governador, V. Excia. está liderando, com a energia, a cultura e a coragem que lhe são peculiares, um processo de mudança em Sergipe. Quem pensa em mudança, Governador, não pode pensar pequeno.

 

Entendo que essa é a hora e a vez de dar-se valor a pratica esportiva no Estado. Desconheço as razões porque os que governaram o Estado antes de V. Excia, nunca se preocuparam em por em execução uma política, que visasse estimular a pratica esportiva, quando é sabido dos benefícios que advirão dessa pratica. O esporte é o grande instrumento que pode ser utilizado para modificar a sociedade, como fator, que é de inclusão social. Tem o esporte uma capacidade aglutinadora enorme. Nele são envolvidos todos os níveis e categorias sociais.  Crianças, jovens, velhos, ricos, pobres e portadores de necessidades especiais – hemiplégicos, deficientes físicos e mentais. Ocupa o corpo e a mente dos jovens e integra-os na sociedade, afastando-os da violência e do vicio. Forma o cidadão, estimula a saúde, aumenta a longevidade de nossos idosos, quando estimulados a pratica do esporte. Quem não se emociona ao ver na televisão um hemiplégico, praticando um esporte e disputando um lugar de destaque nas olimpíadas?  Ainda a pratica esportiva poderá trazer um grande beneficio ao Estado – reduzir os seus investimentos em programas de saúde.

 

 Esta mais do que provado, que o sergipano tem vocação para a prática esportiva.  Quantos campos de peladas existem em Aracaju, e em outros municípios do Estado ocupando, às vezes, as áreas inóspitas dos mangues e dos charcos? Sem nenhum estimulo do poder público tivemos três jovens atletas sergipanos, participando das olimpíadas de 2002. Em 2004 não tivemos nenhum. Uma prova de que no seu governo, a política de esporte não esta se diferenciando dos seus antecessores. Com a vila olímpica funcionando e o estimulo do governo, o que não tem sido feito até agora poderemos ter 100 no dia em que o poder público der condições a que se pratique todas as modalidades de esporte, o que não é feito ate agora, por falta de uma vila olímpica, local adequado àquelas praticas. A sua construção muito poderá contribuir para resgatar a cidadania plena dos milhares de excluídos que ainda vivem nas ruas, nos bairros e nas favelas de Aracaju.

 

Somos um apaixonado e um entusiasta da pratica esportiva, por isso resolvemos levantar a opinião pública, principalmente os desportistas sergipanos, para essa causa.

 

Levaremos esta paixão e este nosso entusiasmo para o debate nos clubes, nas comunidades, nas universidades, onde eles sejam aflorados. Ficamos tristes quando vemos os nossos estádios se acabando, em péssimas condições físicas, os times empobrecidos e os atletas completamente desassistidos. Temos consciência que a construção de uma vila olímpica é um grande desafio, mas é perfeitamente viável.

 

Por que Sergipe precisa urgente de uma vila olímpica?

 

 A construção de uma vila olímpica demanda uma área de terreno extensa, capaz de comportar dois estádios de futebol. O Batistão, que deverá ser transferido para lá, pois o atual já se acha obsoleto, sem condições de abrigar uma seleção brasileira, quanto mais uma competição internacional. Um Outro campo de treino, acoplado com pistas de atletismo, arremesso de disco e peso, tiro ao alvo e arco e flecha. Quadras cobertas e descobertas de vôlei, basquete, handebol, tênis, squash, piscinas olímpicas, semi-olímpicas, de saltos, nado sincronizado, ginásios, para ginástica olímpica e ginástica rítmica desportiva, pista de salto a distância, salto em altura, salto de vara e ainda um bom alojamento, restaurantes, auditórios, salas para cursos, reuniões e congressos.

 

Vê-se que é um projeto complexo, que deve ser concebido, com esses detalhes e outros mais que os especialistas apontarem como essenciais, pois hoje as normas ditadas pelas entidades internacionais são muito exigentes, quanto a segurança dos atletas e as dimensões dos locais onde são praticados os esportes.

 

Dizem que quem dá a idéia é obrigado a apresentar as soluções,  capazes de viabilizá-la. Primeiro quanto às áreas, que podem ser utilizadas pelo Estado para a construção de uma vila olímpica de excelente nível e depois quanto aos recursos que lhe serão aportados. Por isso não vamos deixar passar em branco essa nossa obrigação.  Quanto às áreas, onde poderá ser construída a vila olímpica, conhecemos duas aqui em Aracaju: Uma situada na zona sul, no local, onde outrora foi ocupada pela “sementeira de coco” que dá frente para Av. Tancredo Neves. Um excelente terreno, hoje com valor muito alto estimado no mercado, pois se situa numa zona nobre e pertence as construtoras Norcon , Celi e Cunha. Excelente sobre todos os ângulos que se queira analisar. Localização e acesso fácil a vários bairros.  E a outra na zona norte, no antigo “campo de aviação”, que pertence hoje ao Aéreo Clube de Aracaju. Aquela área foi doada pelo Estado, com uma clausula de reversão da doação, quando ela fosse necessária a implantação de um projeto do Estado. Uma área grande, com mais de 300.000 m2, situada frente a uma grande avenida – Av. Maranhão, vizinha a alguns bairros populosos – Bugio, Santos Dumont, Conrado de Araújo, Pedro I, Almirante Tamandaré, Siqueira Campos e de fácil acesso. Todas as grandes avenidas de Aracaju levam aquele local. Então não se pode descurar a sua localização e a sua área. Depois, Governador, a gente há de convir que o grande público de um estádio de futebol vem dos bairros de Aracaju, justamente onde o Batistão vai situar-se. Novas vias de acesso poderão ser planejadas e construídas pela Prefeitura.  A decisão será de V. Excia, Sr. Governador.

 

Agora vamos analisar os recursos que lhe serão aplicados.

 

O Governo passado divulgou que construiu uma ponte no valor de R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais), com recursos próprios e que no decorrer da sua construção não faltou dinheiro. Começou e inaugurou nos prazos previstos nos contratos. Como essa noticia nunca foi apurada temos que admiti-la como verdadeira.

 

Hoje o Estado de Sergipe, Governador, sobre sua direção passa uma fase de excelente situação financeira. Nós sabemos que essa situação privilegiada do Estado deve-se, sobretudo ao trabalho e a seriedade de quem atualmente o Governa e da equipe que o ajuda no setor fazendário. Ainda, recentemente, o Secretário da Fazenda do Estado disse “alto e bom som” na Assembléia Legislativa que o nosso Estado tem, atualmente, um bilhão de reais em caixa. Quem tem um bilhão de reais em caixa não tem medo de executar nenhum projeto.  Mas, no nosso projeto, Governador, não pretendemos que o Estado gaste esse bilhão, pois talvez com 10% dessa quantia toda  vila olímpica possa ser construída. Nós temos outros meios para captarmos os recursos necessários para a construção da vila olímpica sem  os gastos excessivos dos recursos do Estado e isso V. Excia conhece muito mais do que nós.  

 

Uma sugestão Sr. Governador. Se o Estado Criar uma Fundação de Incentivo a pratica esportiva, com escolas, clinicas, escolas para portadores de necessidades especiais e para a construção da Vila Olímpica, essa fundação poderá receber doações de outras fundações que existem no Brasil, principalmente as fundações dos grandes bancos: Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itau, HSBC… e das grandes empresas:  Petrobras, Vale do Rio Doce, Grupo Gerdal, empresas nacionais e internacionais, sediadas e não sediadas no Brasil, FIFA e outras entidades esportivas de nível internacional.  Um apelo partido de um Governador do Estado de Sergipe, já lançado com muito respeito e muita aceitação no plano nacional é um excelente indicio de que iremos ter sucesso. As dotações orçamentárias que deverão ser incluídas no orçamento da república nos exercícios de 2010, 2011 e 2012 , através do Ministério dos esportes e  as emendas apresentadas pelos nossos deputados federais e senadores com esse objetivo, poderão também ser usadas na construção da vila, sem querer aqui ressaltar seu prestigio pessoal, junto ao presidente Lula, que nunca tem faltado o seu apoio aos projetos de Sergipe, que foram levados por V. Excia.

 

Vamos ter fé. A vila olímpica vai chegar.

 

Advogado. Ex-prefeito de Aracaju

 

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