Único nordestino da Stock Car comenta sobre carreira

Valdeno Brito: "peixeira nos dentes" na hora da corrida (fotos: Igor Matheus/ Portal Infonet)

Muita coisa diferencia Valdeno Brito dos demais pilotos da Stock Car Brasil. Com seis vitórias na carreira em uma das mais duras competições de automobilismo que existem – uma das quais conquistada este ano -, ele se define como dono de um estilo agressivo. Mas o que mais o destaca ainda é uma característica externa à pista: aos 40 anos, ele também é o único nordestino presente no torneio.

Paraibano de Campina Grande, o piloto de 40 anos esteve em Aracaju para lançar uma nova linha de combustíveis – e aproveitou para exibir o possante com o qual corre. E em conversa com o Portal Infonet, Valdeno falou sobre carreira, automobilismo nos dias de hoje e até palpitou sobre a situação do Brasil na Fórmula 1. Acompanhe.

Porta Infonet – Certa vez você declarou que pilota com a “peixeira nos dentes”. O que quer dizer isso nas pistas?
Valdeno Brito – (Risos) Quer dizer ir com tudo. Não costumo negociar ultrapassagens, e tenho um estilo agressivo de guiar.

"Entrei na Stock Car com dinheiro para apenas quatro corridas"

Porta Infonet – Ao contrário de outros pilotos, você praticamente pulou aquela fase de aperfeiçoamento no kart. Como foi essa fase?
Valdeno Brito – É, fiz apenas um ano de kart e comecei com dezoito anos, quando muitos pilotos já têm dez anos de experiência. Acontece que antes de ser piloto, eu era velejador. Cheguei a ser cinco vezes campeão brasileiro de iatismo na categoria Hobie Cat, e isso atrasou um pouco minha entrada no automobilismo. Mas a família do meu pai era muito ligada a carros. Ele tinha uma empresa de ônibus, e eu gostava de ficar na oficina aprendendo a mexer no motor. Até que decidi comprar um kart, comecei a correr, ganhei campeonato regional, etapa da fórmula Uno e as coisas foram acontecendo.

Portal Infonet – E como foi sua chegada à Stock Car?
Valdeno Brito – Só fui entrar na Stock Car em 2004, e com dinheiro para correr apenas quatro corridas. Então fui largando na primeira fila, conseguindo pódio, os patrocinadores foram aparecendo, corri atrás e estou lá há dez anos como o único nordestino.

Máquina: o possante utilizado por Valdeno nos circuitos

Porta Infonet – Nos últimos anos a Stock Car foi marcada por acidentes sérios, que mataram os pilotos Rafael Sperafico em 2007 e Gustavo Sondermann em 2011. Como você avalia a segurança hoje em dia na competição?
Valdeno Brito – Há uma evolução constante. O perigo sempre vai existir, e sabemos que competimos em um esporte de risco. Quando estamos falando de um carro que chega a quase 300 quilômetros por hora, o piloto ainda pode se machucar por mais seguro que o veículo seja. Em 2009 meu carro chegou a pegar fogo, e por quinze segundos teria virado churrasco. Foi o maior susto que passei. Depois da morte dos dois pilotos a segurança se intensificou, e agora é torcer para que não tenhamos mais acidentes fatais.

Portal Infonet – Como piloto, qual sua explicação para o jejum de bons resultados brasileiros na Fórmula 1?
Valdeno Brito – Acho que é o ciclo de pilotos que temos. Talvez o Massa e o Rubinho pudessem ter sido campeões se não houvesse um Schumacher. Hoje em dia, poucas vezes tivemos tantos pilotos competitivos reunidos, como Hamilton, Rosberg, Alonso, Vettel, e não vejo um nome hoje no Brasil que possa nos dar as alegrias que outros nos deram. Mas vamos continuar na torcida.

Por Igor Matheus

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais