Xadrez: esporte democrático

Xadrez é o segundo esporte mais popular do mundo, atrás do futebol
Um tabuleiro com oito fileiras e oito colunas que formam 64 casas e abrigam 32 peças, da cor clara ou escura. Partilhadas entre dois jogadores, reis, rainhas, bispos, cavalos, torres e peões se movimentam no tabuleiro durante toda a partida, que só termina quando um dos competidores dá o xeque-mate no adversário, atacando o rei do oponente sem oferecer, no entanto, qualquer possibilidade de fuga, ataque ou defesa.

Os competidores, ou enxadristas, podem ser de sexo igual ou oposto, da mesma idade ou não. Deficientes físicos, auditivos ou visuais também podem praticar a qualquer hora do dia e em qualquer lugar. E por meio do computador, na versão virtual do jogo, é até possível que se jogue sozinho.

Em linhas gerais essas são as características do xadrez, apontado como o segundo esporte mais popular do mundo – perde apenas para o futebol. Não há dúvidas de que se trata de um jogo democrático e acessível, mas será que o xadrez pode mesmo ser considerado um esporte?

Um esporte mental

Para Ney, xadrez não substitui atividade física
Como explica o presidente da Federação Sergipana de Xadrez (Fesex), Ney Lúcio, a modalidade é considerada um esporte mental, pois estimula a concentração, o raciocínio e a paciência. “Nossa mente se exercita enquanto jogamos o xadrez. Desenvolvemos a concentração, o raciocínio lógico e administramos a paciência. Esse jogo ensina a ter foco, e ainda cura a hiperatividade das crianças”, enumera o presidente os benefícios do esporte.

Ele adverte, no entanto, que o xadrez não deve substituir nenhuma atividade física. “Quem joga xadrez e não pratica o esporte convencional não suporta as horas de partida e a pressão psicológica. A atividade física ajuda a administrar a adrenalina e manter a concentração e a respiração”, afirma Ney.

No entanto, algumas escolas permitem que os alunos pratiquem o xadrez em detrimento das atividades de educação física. “Os colégios que substituem o esporte de quadra pelo xadrez pecam no que diz respeito à saúde dos alunos. A atividade física tem que agir em consonância com o jogo de tabuleiro”, garante o presidente da Fesex.

Talento multipremiado

Atleta premiado, Raphael diz que apoio dos pais é fundamental
Se xadrez é um esporte, então Raphael Andrews é um exímio atleta. Com quatro horas diárias de treinos, o jovem de 14 anos é um dos mais premiados enxadristas de Sergipe. Entre suas conquistas estão os primeiros lugares em competições de peso estadual e nacional, como os Jogos da Primavera, o Campeonato Regional de Xadrez, e o Sergipano Relâmpago.

Praticando a modalidade há quatro anos, Raphael credita o sucesso no esporte ao incentivo dos pais e da escola. “Meus pais sempre me apoiaram. Eles bancam todas as viagens que eu preciso fazer para competir, e o colégio também ajuda e incentiva”, conta Raphael, que tem, ainda, duas irmãs adeptas do jogo.

Pouco investimento

Professor de xadrez critica falta de investimentos no esporte
Marcelo Menezes, professor de xadrez e preparador de Raphael, reclama da falta de patrocínio para os atletas dessa modalidade. “O governo e os empresários insistem em apoiar modalidades que têm grande visibilidade mas que muitas vezes nem trazem o retorno em prêmios e medalhas. Toda vez que Raphael viaja ele volta com duas, três medalhas, e sempre com as melhores colocações. E ele consegue esses ótimos resultados sem nenhum patrocínio”, diz o professor.

Se vencer a regional do Gambito Open 2009, que acontece neste final de semana em Aracaju, Raphael terá que viajar ao Espírito Santo para competir na semifinal nacional. “Se não fosse o apoio dos pais e da escola, como ele iria?”, questiona o professor.

Gambito Open

Competições em Sergipe podem revelar novos talentos
Ney Lúcio, presidente da Fesex, comemora a inserção de Sergipe no roteiro nacional das grandes competições de xadrez. Ele cita como exemplo o Gambito Open 2009, que vai reunir os melhores enxadristas de Sergipe, Bahia e Alagoas, em Aracaju, entre os dias 7, 8 e 9 de agosto. As disputas valem duas vagas para a semifinal do campeonato brasileiro.

O presidente antecipa que em novembro o estado sediará o Campeonato Pan-Americano de Xadrez Amador. No entanto, a falta de patrocínio para cobrir as despesas de uma competição internacional tem sido um obstáculo. “Com muita dificuldade temos conseguido trazer grandes competições a Sergipe. Dessa forma o interesse pelo esporte aumenta e os talentos aparecem”, diz Ney Lúcio.

Por Helmo Goes e Glauco Vinícius


 

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