Adepol critica duramente plano de segurança do Governo

Plano de segurança de Belivaldo é criticado duramente em carta aberta da Adepol (Foto: Arquivo Infonet)

A Associação de Delegados de Polícia do Estado de Sergipe (Adepol) criticou duramente, por meio de carta aberta, o plano de segurança anunciado pelo governador Belivaldo Chagas (PSD), no último dia 13 de abril. A entidade diz que as medidas contra a criminalidade não são “parte de um plano cientificamente elaborado, com metodologia, mas sim como um conjunto de ações isoladas, sem conexão lógica e que não irá atender a expectativa da sociedade”.

A nota foi emitida no último dia 28 de abril. A Adepol diz que as novidades são insuficientes para frear o constante aumento nos índices de homicídios em Sergipe. “Sergipe é hoje considerada a unidade federada mais violenta do Brasil, com 64 casos de mortes violentas intencionais para cada grupo de cem mil habitantes, segundo dados divulgados no último anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para se ter uma ideia, é mais que o dobro da média nacional e mais que o sêxtuplo da média do Estado de São Paulo”.

O principal alvo das críticas foi a abertura de dez novas delegacias plantonistas no interior do Estado e a convocação de mais 50 policiais civis. “Com o conhecimento da escala, não foi isso que se viu. Nos horários mencionados, a Delegacia de Itabaiana será a única unidade verdadeiramente plantonista, pois só ela terá equipe completa para o atendimento das ocorrências. Isso quer dizer que continua tudo do mesmo jeito. […] Já nos finais de semana será diferente, embora não como o anunciado. Além de Itabaiana, Maruim, Nossa Senhora da Glória, Estância, Propriá e Lagarto contarão com delegados de plantão, mas ainda assim não serão onze plantonistas. […] O custo para manter delegacias abertas das 18h às 00h apenas para o registro de boletins de ocorrência, que na maior parte das vezes poderia ser feito na manhã seguinte ou mesmo pela internet, é de mais de meio milhão de reais até o fim do ano. […] Logo após a convocação, foi aberto processo de remoção de policiais do Interior para a Capital com 38 vagas. Ou seja, o saldo para todo o Interior é de doze novos policiais. A média de acréscimo por município interiorano é de cerca de 0,17 policial”.

Por fim, a Adepol afirma que “o trabalho dá lugar à retórica e parece que causar uma mínima sensação de segurança pública, ainda que ilusória, é o objetivo mais urgente”.

SSP

Sobre a manifestação da Adepol referente ao plano de segurança pública anunciado pelo Governo, a SSP diz que é necessário esclarecer alguns pontos. Segue dados na íntegra:

"O governo do estado anunciou o funcionamento de 11 Delegacias no sistema de plantão, sendo parte delas específicas para o atendimento ao público, o que não acontecia antes. Itabaiana, Estância, Propriá, Lagarto, Nossa Senhora da Glória e Maruim  irão funcionar com equipes completas: delegados, escrivães e agentes de polícia. As outras delegacias, que funcionam também no sistema de plantão, estarão abertas para o atendimento ao público e registro de boletim de ocorrência e ficam localizadas nos municípios de Tobias Barreto, Carira, Neópolis, Nossa Senhora das Dores e Canindé de São Francisco, mas estarão ligadas e monitoradas às Delegacias Regionais e terão a orientação do delegado.

Foram nomeados 50 novos agentes a fim de fortalecer os trabalhos na capital e interior do estado. Com a entrada dos novos policiais civis e a remoção de outros para a capital vamos investir na área de inteligência e operações. Receberão novos servidores o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Departamento de Narcóticos (Denarc), Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) e outras unidades que não atendem apenas as investigações da capital, mas também interior do estado.

Com a entrada dos novos policiais serão criadas equipes de local de crime na cidade de Itabaiana e ainda de investigações de tentativas de homicídios, esta última vinculada ao DHPP. Portanto, a convocação não teve como meta prioritária melhorar aumentar os efetivos do interior, mas fortalecer equipes de inteligência e operacionais de combate ao crime organizado, homicídios e tráfico de drogas.

Todas as ações anunciadas estão relacionadas com as propostas de diminuição das taxas de crimes violentos em Sergipe, que passam pelo combate ao homicídio e tráfico de drogas.

Todas essas ações fazem parte de um planejamento claro por parte da Polícia Civil, mas que está sendo aplicado apenas agora porque, antes, havia restrições do ponto de vista financeiro alegadas pelo estado.

A Lei que trata do novo valor para o pagamento das horas extras está sendo tratada pelo Governo junto com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). A delegada-geral, Katarina Feitoza, entende que a lei deve ser implementada o quantos antes e tem tratado sobre o tema internamente junto ao Governo.”

Por Victor Siqueira
Com informações da carta aberta da Adepol

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