Adufs apresenta situação dos professores aos deputados

Professora Sonia Meire (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Atendendo a requerimento da deputada estadual Ana Lúcia (PT), a professora Sônia Meire Azevedo, representando a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs), usou a tribuna da Assembleia Legislativa no grande expediente da sessão de hoje, 25/6, para apresentar o quadro da situação dos docentes das 57 instituições federais brasileiras e os motivos para a categoria estar em greve desde o dia 17 de maio.

Um dos motivos principais para a paralisação dos docentes, e também dos técnicos administrativos, seria a falta de retorno, por parte do governo federal, sobre a pauta apresentada pelas duas categorias, em especial, sobre o plano de carreira.

Além do plano, os docentes lutam por piso para a categoria de R$ 2.359, com base nos números do Dieese, 5% entre níveis, manutenção da dedicação exclusiva, contra a privatização das pesquisas, dos hospitais e restaurantes universitários, e contra a precarização do trabalho docente, entre outras bandeiras.

“Nós, docentes, não temos um plano de carreira que garanta as condições básicas para que possamos continuar exercendo o nosso trabalho com as exigências que uma universidade nos impõe”, explicou Sônia Meire.

A professora da UFS também destacou que as universidades brasileiras estão sendo feridas frontalmente no que diz respeito à sua autonomia. “As universidades públicas foram chamadas para aderir a um projeto de reestruturação sem um debate amplo com a sociedade e sem a garantia das condições de trabalho para os docentes”, ressaltou.

“Pra se ter uma ideia, não temos um piso nacional, e um professor de universidade pública com carga de trabalho de 20 horas está recebendo R$ 555, bem abaixo do salário mínimo”, denuncia.

Sônia também criticou a ampliação demasiada das universidades sem que se garanta estrutura de funcionamento e de trabalho para os servidores. “Isso vem a atender a nossa luta histórica por ampliação de vagas para a sociedade, mas não vem acompanhada de condições de estudo para os alunos e nem de trabalho para os professores”, disse.

“Não podemos fechar os olhos para a desestruturação da educação pública deste país”, conclamou aos deputados, agradecendo, em especial, à deputada Ana Lúcia pelo convite feito à Adufs para ir ao parlamento estadual discutir a situação da categoria e das instituições federais de ensino em Sergipe.

Fonte: Assessoria Parlamentar