Agamenon Sobral faz chacota e joga “bom ar” na Câmara

Agamenon: "Lucimara troxuxe a calcinha suja" (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

O vereador Agamenon Sobral (PP) chegou a um outro extremo na manhã desta quarta-feira, 26, na Câmara de Vereadores de Aracaju. Antes de usar a tribuna para falar sobre o relatório do Tribunal de Contas do Estado que revela irregularidades nos contratos de médicos com a rede pública, o parlamentar acionou o spray de um desodorizador e explicou, alegando que estaria desinfetando os efeitos da peça íntima “suja” exibida pela vereadora Lucimara Passos (PC do B), na manhã do dia anterior, para fazer um ato contra o pronunciamento de Sobral e de repúdio à violência contra a mulher.

O vereador chegou à Câmara de Vereadores com o desodorizador envolvido num envelope de cor amarela e subiu à tribuna do parlamento municipal, acionando o spray. Ele não explicou o motivo ao microfone, mas não se intimidou em justificar o gesto aos jornalistas. “A vereadora Lucimara Passos trouxe uma calcinha suja para o plenário ontem e infectou toda a Câmara, por isso vou usar o bom ar”, disse, sem esconder a ironia.

Esta última polêmica envolvendo Agamenon Sobral e Lucimara Passou ganhou repercussão negativa entre os próprios vereadores de Aracaju, mas nenhum deles [à exceção de Lucimara] se prontifica a abrir procedimento por quebra de decoro parlamentar contra Agamenon Sobral. É unânime, entre os vereadores ouvidos pelo Portal Infonet, que ambos cometeram excessos na tribuna da Câmara Municipal de Aracaju.

Agnaldo: exposição ao ridículo

O presidente da Comissão de Ética, Agnaldo Feitosa (PR), considera que o exagero partiu da vereadora Lucimara Passos (PC do B) à medida que exibiu uma peça íntima na tribuna para fazer o protesto contra Agamenon Sobral. “Foi uma discussão que abalou a estrutura desta Casa. Ela [a vereadora Lucimara Passos] expôs esta Casa ao ridículo ao mostrar a peça íntima, que não precisava ser mostrada. Ela exagerou”, ressaltou o presidente da Comissão de Ética.

A vereadora Lucimara Passos revelou que abrirá novo procedimento junto à Comissão de Ética e vai adotar novos procedimentos contra o vereador Agamenon Sobral, uma vez que a Comissão de Ética está desativada por estar com sua composição incompleta. “Incitação à violência no Brasil é crime e ele [Agamenon Sobral] assinou este crime quando disse que a mulher que tentou casar sem calcinha merecia uma surra e após a surra de chicote jogar sal. Não dá para ouvir uma incitação dessa e ficar calada”, ressaltou a vereadora.

Ao Portal Infonet, Lucimara Passos informou que também pedirá a instalação de uma Comissão Processante no âmbito do Legislativo Municipal para apurar a conduta do vereador Agamenon Sobral e também provocará o Ministério Público para adoção de medidas judiciais.

Exageros

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Os parlamentares não aprovaram a conduta de ambos. “Houve um exagero por parte do vereador porque ninguém merece uma surra, ele foi infeliz”, opina o vereador Max Prejuízo (PSB). Mas, a exemplo dos demais, ele se esquiva em provocar a Comissão de Ética. “Cabe ao plenário avaliar se é necessário ir à Comissão de Ética, espero que alguém proponha”, ressaltou.

O vereador Anderson de Tuca (PRTB) observa que ambos os parlamentares envolvidos na polêmica exageraram. “Temos que ser coerentes. É preciso averiguar os fatos e cabe às pessoas que acharem que foram feridas o seu decoro acionar a Comissão de Ética e depois eu darei minha opinião”, enalteceu.

O vereador Emmanuel Nascimento (PT), que renunciou ao cargo na Comissão de Ética, cobra uma posição daquela comissão. “A Comissão de Ética tem que se posicionar”, diz. “Lamento porque isso não é bom para o legislativo”, enaltece.

Max: vereador foi infeliz

O vereador Renilson Félix (DEM) também acha que houve exageros de ambos os lados. “Foi uma baixaria, não concordo. Ambos fizeram esta baixaria. O vereador está aqui para ver os problemas do povo que nos elegeu e não se envolver em brigas pessoais, a tribuna não é lugar para este tipo de discussão, o caso tem que ser levado para a Comissão de Ética para ver quem é a vítima”, considerou.

O vereador Émerson Ferreira (PT) prefere a omissão. “Gostaria de não me pronunciar sobre isso. O destaque [ao episódio] é algo que fragiliza o parlamento, já vi demais a quebra de decoro parlamentar aqui nesta Casa, o comportamento inadequado aqui é corriqueiro e eu não quero dar destaque a isso porque tem coisas bem mais importantes para se discutir, a exemplo do Plano Diretor, as leis inconstitucionais que alteraram o gabarito sem que houvesse a consulta popular”, enalteceu.

O vereador Agamenon Sobral não demonstra arrependimento. Ele acha que a vereadora Lucimara Passos, ao fazer o protesto, tentou desviar a atenção da comunidade em torno dos problemas na saúde pública gerados, segundo ele, na gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B). “A ideia é distorcer o foco da CPI da Saúde porque a família dela participava da gestão anterior e ela está com medo desta CPI”, observou Sobral.

Por Cássia Santana

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