Audiência pública discute problemas na telefonia móvel

Audiência aconteceu na Sala de Comissões (Fotos: Portal Infonet)

O sistema de telefonia móvel não vem agradando aos sergipanos, principalmente aos moradores de povoados que criticam principalmente a falta de sinal. Na Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/SE), já foram abertos 181 processos administrativos contra a Operadora OI, 338 contra a Vivo , 299 contra a Claro e 113 contra a TIM. Para discutir a situação, foi realizada na manhã desta terça-feira, 21, uma audiência pública na Comissão de Energia e Comunicação da Assembleia Legislativa. Sergipe possui atualmente cerca de 2,5 milhões de linhas de telefone celular.

A audiência foi conduzida pelos deputados João Daniel (PT) e Goretti Reis (DEM), autora da proposta apresentada naquela Casa, contando com a participação de representantes da Sociedade Civil, principalmente do interior do Estado onde o problema é mais freqüente, além de representantes das quatro operadoras e do diretor do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), Luiz de Melo Júnior.

Paulo Robson: "Para ligar tem que subir no pé de laranja"

“Eu lamento a ausência de um representante da Anatel, que foi convidada a participar da audiência pública, mas ninguém apareceu. E tenho como exemplo claro, a situação dos moradores da Colônia Treze, que fica localizada a apenas 13 quilômetros de Lagarto e a 13 quilômetros de Salgado. Ali, a telefonia móvel não existe, mesmo a área de cobertura sendo de 30 km”, ressalta a deputada Goretti Reis.

Em resposta, o diretor do Sinditelebrasil explicou que “o raio é de 80% da zona urbana. A obrigação por enquanto é só na sede e com o edital da 4ª geração é que haverá a obrigação de atuar as áreas urbanas e as áreas rurais. Mas nós estamos  fazendo o máximo possível para melhorar as áreas de cobertura”, destaca Luiz de Melo Júnior lembrando que uma grande dificuldade enfrentada pelas operadoras, é a falta de localidades para a instalação de antenas.

José Grinaldo solicita comunicação entre municípios e operadoras

“No Brasil existem atualmente 56 mil antenas de telefonia móvel, número que até o ano de 2017 precisa dobrar para prestar um atendimento de qualidade”, entende.

Reclamações

Aberta a palavra aos participantes da audiência pública, o representante do Alto Sertão, Jan Paulo da Costa Melo, afirmou que no município de Porto da Folha, a situação está de calamidade. “E não é somente os moradores dos povoados que estão sendo prejudicados. Na Praça da Matriz, ninguém com segue falar. Na minha ótica, a preocupação das operadoras não é com os usuários, a preocupação é apenas em ganhar dinheiro”, ressalta.

O morador do povoado Feirinha, localizado no município de Santa Luzia do Itanhi, Paulo Robson dos Santos Lima, também reclamou a deficiência nos serviços. “No povoado, nós só conseguimos falar, se subirmos em laranjeiras, porque do chão ninguém consegue”, afirma.

Operadoras

Representante da Vivo não conseguiu usar a internet para pegar o arquivo

A questão da banda larga também foi questionada na audiência e quando os representantes foram dar as explicações sobre o esforço para melhorar os serviços de telefonia móvel em Sergipe, Mauro Coquemala, da Vivo e André Aprígio, da TIM, não conseguiram abrir os arquivos nos Tablets. A representante da Oi, Miriam Nunes, foi mais esperta e levou os dados já impressos e o representante da Claro, José Grinaldo foi o único que falou sem precisar ler.

“As cidades estão crescendo e nas comunidades rurais não existe hoje um canal de comunicação, para informar às operadoras esse crescimento de usuários que buscam os serviços da telefonia móvel para que possamos aumentar a cobertura. É uma situação que não se resolve da noite para o dia. Essa coisa de que as operadoras só pensam em ganhar dinheiro não condiz com a verdade e a Anatel tem buscado punir”, ressalta José Grinaldo.

Gilsa Brito: "Estamos preocupados com a má qualidade dos serviços prestados"

Lendo ou não, todos os representantes das quatro operadoras se comprometeram a melhorar os serviços e cobraram mudanças na legislação.

Procon

A diretora do Procon, Gilza Brito destacou que a Secretaria de Justiça e Defesa ao Consumidor,  vem fazendo um trabalho de proteção aos usuários da telefonia celular. “Nós estamos muito preocupados com essa questão da má qualidade dos serviços prestados pelas operadoras e essa audiência foi muito importante porque ganhamos a força dos deputados”, afirma.

O deputado João Daniel, presidente da Comissão de Energia e Comunicação, afirmou que “nós fomos eleitos pelo povo e nada mais justo que defender os interesses da população. Principalmente a que reside em povoados e que não estão tendo qualquer condição de se comunicar por meio de telefones celulares. Nós vamos continuar cobrando as melhorias no sistema”, diz.

Por Aldaci de Souza

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