Candidato que gastou verba de campanha com cerveja será processado

O Ministério Público Eleitoral vai apurar a conduta do ex-candidato a deputado federal pelo Psol de Sergipe nas eleições de 2018, Claudinei Rodrigues dos Santos, conhecido como Passo Preto, que gravou um polêmico vídeo que repercutiu nas redes sociais. Na gravação, ele diz que não pode prestar contas à Justiça Eleitoral dos recursos que  gastou durante a campanha. No vídeo, ele informa que recebeu recursos do fundo partidário e pagou, com esse dinheiro, cerveja para os amigos. A procuradora regional eleitoral Eunice Dantas vê indícios de crime eleitoral. Sendo constatado, ele poderá ser indiciado por crime de apropriação indébita.

A procuradora Eunice Dantas informa que tomou conhecimento do vídeo na manhã desta sexta-feira, 20, e adiantou que vai enviar ainda hoje, a cópia do processo para o Núcleo Criminal do Ministério Público Federal em Sergipe. A procuradora regional eleitoral entende que o então candidato cometeu crime de apropriação indébita do dinheiro público.

“Ele recebeu um recurso público, que tem regras de como e onde pode ser usado, e usou, segundo ele, com cerveja e não fez a prestação de contas. Um absurdo! Vamos encaminhar ainda hoje a cópia do procedimento a Procuradoria porque como se trata de crime da justiça federal, e o procurador que receber a demanda é que vai decidir se instaura inquérito ou o que se adota outra medida”, explica.

Dra. Eunice diz ainda que o candidato não prestou contas a Justiça Eleitoral do valor que recebeu do fundo partidário, R$ 1.904,68, e que suas contas já foram julgadas, e por isso ele foi notificado. “Caso seja condenado, na esfera eleitoral, ele terá que devolver o dinheiro e ficará inelegível por quatro anos”, diz.

Passo Preto recebeu 376 votos nas eleições de 2018 (Foto: Divulgação

Psol

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) repudia o vídeo do ex-candidato Passo Preto e afirma que não compactuam com a conduta adotada pelo filiado. O presidente do Psol em Sergipe, Carlito Lemos, informa que a executiva do partido irá se reunir na próxima semana para decidir quais medidas serão adotadas.

“Não compactuamos com compra de votos e nem com uso indevido do dinheiro público. É uma situação grave, é um crime eleitoral, e certamente ele sofrerá sanções, tanto na esfera eleitoral, quando por parte do PSOL. A prestação de contas é obrigação do candidato, não cabe ao partido, e inclusive foi feito um seminário eleitoral com todos os pré-candidatos em Sergipe e foram passadas todas as orientações eleitorais, inclusive prestação de contas e aplicação do fundo partidário. Agora vamos reunir a executiva do partido para tratar dessa situação”, afirma.

Por Karla Pinheiro

 

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