Cientista vê PT órfão de articulador político

PT: órgão de articulador político (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A morte do governador Marcelo Déda, ocorrida na madrugada da segunda-feira, 2, deixa um grande vácuo na política sergipana e, essencialmente no Partido dos Trabalhadores (PT). Na ótica do cientista política Helder Teixeira, o PT fica órfão de um articulador político e terá dificuldade para remontá-lo devido à ausência de uma força aglutinadora, papel bem desempenhado pelo governador petista.

Para o cientista político, o partido deve levar pelo menos dois anos para se “remontar”. “Não há mais uma força articulada e quem poderia desempenhar este papel abandonou a política partidária”, considerou Helder Teixeira, numa referência ao ex-senador José Eduardo Dutra, que atualmente ocupa um cargo diretivo na Petrobras.

Helder Teixeira observa que o PT não se preocupou em construir novas lideranças ao longo de sua trajetória enquanto partido político e destacou que as correntes lideradas por Ana Lúcia Menezes e Rogério Carvalho não possuem tendência articuladora. “Está restrita à política cotidiana tradicional”, considerou, observando que há, especialmente na postura ideológica da corrente liderada pela deputada Ana Lúcia Menezes, uma linha utópica embasada no discurso socialista, popular e democrático. “É uma tendência forte do ponto de vista qualitativo, mas não quantitativo”, diz.

Helder vê a necessidade do partido abrir caminhos para a formação de novas lideranças políticas em Sergipe. “Vislumbro que o PT precisa repensar a política sergipana para os próximos 20 anos e formar novos quadros, coisa que o PT não faz desde a eleição de Marcelo Déda para o primeiro mandato de prefeito [ano 2000]”, observa. “Quando não se renova, não se credencia junto à sociedade e nem mesmo na própria militância. A sorte do PT é que isso está ocorrendo em todos os partidos”, complementa.

O futuro presidente do PT, Rogério Carvalho, ainda não definiu a estratégia. Reconhece a perda e revelou que a alternativa, neste momento, é reunir “todos os companheiros e companheiras e construir o caminho que dê continuidade a esta história”, que, para ser desenhada pelo Partido dos Trabalhadores, recebeu a marcante influência de Marcelo Déda.

Por Cássia Santana

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