Comunidade quilombola produz 420 toneladas de arroz

(Foto: Assessoria Parlamentar)

Cerca de 35 famílias remanescentes de quilombo que vivem na região da Resina, município de Brejo Grande, comemoram mais uma vez a alta produção de arroz na localidade. Em julho deste ano, as famílias de rizicultores da Resina chegaram a colher 450 toneladas do grão e agora, cinco meses depois, as perspectiva é de que a safra chegue a 420 toneladas.

Iniciada no último dia 10 de dezembro, a colheita é fruto do trabalho de 29 famílias que plantaram em 10 lagoas de Brejo Grande. A venda da produção já está garantida a quatro atravessadores da cidade de Piaçabuçu, em Alagoas, a um preço que varia entre 110 e 130 reais o alqueire, o equivalente a 240 quilos do grão. A comunidade produziu o equivalente a 210 mil reais, que serão repartidos entre as 29 famílias que são rizicultoras das 35 que vivem na região.

Mas as altas safras comprovam que, muito além do valor comercial atribuído ao arroz produzido e da renda obtida dele, a terra hoje devolvida às famílias da região lhes garante dignidade e permite. Desde dezembro de 2010, as famílias quilombolas do povoado resina tiveram restituídas a terras que por gerações foram de seus antepassados, mas que estavam sendo ocupas de forma irregular por fazendeiros da região, que exploravam as terras e as famílias quilombolas.

Para a deputada Ana Lúcia, a alta produção da comunidade representa uma grande vitória para a Resina, não apenas por garantir o sustento com regularidade de suas famílias, que anteriormente dependiam quase que exclusivamente da pesca – atividade sazonal – e do seguro-defeso, pago uma vez por ano. “A vitória dessas famílias é, acima de tudo, por saber que a reparação de um erro histórico, que é devolução das terras aos quilombolas, foi o que lhes permitiu dar este importante passo e que tem lhes garantido a autonomia e a dignidade”, defendeu Ana Lúcia.

Produção

O quilombola Jonas Machado Santos, que plantou junto com seu pai em uma lagoa de 20 tarefas conseguiu obter um aumento de 42 sacas de arroz sobre a safra anterior, totalizando 442 sacas do grão. Mesmo com uma produção considerada satisfatória, o técnico da Secretaria de Estado da Agricultura que presta assessoria para os quilombolas com o apoio da deputada Ana Lúcia, Juvenal Patrício, explica que a lagoa tem condições de produzir 60 sacas de arroz.

“O grande problema é que Jonas plantou uma espécie ‘nova’ sobre uma espécie que já vinha sendo plantada anteriormente no mesmo solo, o chamado arroz agulhinha”, esclarece o técnico, justificando que a decisão de Jonas de mudar de espécie se deu pelo fato de o arroz agulhinha não ser tão bem aceito no mercado.

“A partir do momento que uma espécie ‘invade’ o espaço da outra e prejudica a produção, ela é considerada daninha”, esclareceu o técnico agrícola. Percebendo o equívoco, Juvenal Patrício orientou e se comprometeu em acompanhar os rizicultores no próximo plantio para eliminar as plantas daninhas, como é o caso do arroz agulhinha.

Juvenal esclarece ainda que existe uma diferença considerável entre o custo de produção de arroz pela comunidade Resina e pela comunidade do Betume. “No Betume é preciso que seja feito o bombeamento artificial de água para abastecer o a plantação, enquanto na resina esse bombeamento é feito de forma natural e isso que reduz os custos da produção da Resina”, explica.

Com o recurso excedente da produção, Jonas pôde investir em outras áreas. “Com o dinheiro que consegui com a venda da produção anterior, realizei um sonho comprei oito cabeças de gado, e alguns porcos para incrementar a renda”, comemorou o agricultor. Ele reforçou ainda que o mais importante é saber que agora, com a renda mais estável, vai conseguir não apenas comprar os animais, mas também manter os custos gerados por eles.

Fonte: Assessoria Parlamentar

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