
O Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) realizou na manhã desta quarta-feira, 10, a primeira edição do Café com o TCE, um encontro voltado à imprensa sergipana para apresentar o balanço das principais ações desenvolvidas durante o biênio 2024/2025, período em que a Corte esteve sob a presidência da conselheira Susana Azevedo.
Durante a apresentação, Susana Azevedo destacou que o encontro teve dois propósitos fundamentais: agradecer à imprensa pelo apoio na divulgação das ações do Tribunal e reforçar o compromisso da instituição com a transparência e com a prestação de contas à sociedade. “Vocês foram extraordinários comigo, com a minha gestão e com todo o Tribunal de Contas. Estiveram presentes em todos os momentos, mostrando à população tudo o que realizamos nesses dois anos”, afirmou.
Segundo a conselheira, o encerramento da gestão, marca um ciclo de grandes entregas, apesar dos desafios enfrentados, especialmente relacionados ao orçamento. “Recebemos o Tribunal com 1,32% do orçamento quando o previsto era 2%. Foram dias difíceis, mas conseguimos economizar, dialogar com o governo e melhorar nossas condições. Estamos deixando para 2026 um orçamento com R$ 60 milhões a mais”, explicou.
Ações e avanços
Ao longo da apresentação, Susana Azevedo detalhou iniciativas que marcaram a gestão, com destaque para o fortalecimento da sustentabilidade, a modernização tecnológica e a ampliação de ações educativas.
A conselheira ressaltou que a gestão teve forte foco na agenda sustentável, com iniciativas como implementação de energia solar, ações de redução de desperdício e seminários voltados à conscientização ambiental. “Diminuímos tudo o que não era sustentável e promovemos campanhas, palestras e seminários para que todos compreendessem a importância dessa pauta”, disse.
Além disso, dois grandes eventos nacionais foram trazidos para Sergipe: o CINED, considerado o maior encontro nacional voltado à educação, e o Encontro Nacional de Corregedores e Ouvidores, que reuniu representantes de todo o país.
No campo tecnológico, a equipe de informática desenvolveu oito robôs de inteligência artificial, capazes de auxiliar auditores na análise de processos, cruzamento de dados e detecção de irregularidades. “Os robôs ajudam na alimentação dos sistemas, na extração de informações e até na identificação de empresas inidôneas. Isso acelera e dá precisão ao trabalho”, explicou Susana.
A modernização contribuiu também para o aumento da produtividade: mais de 10 mil processos foram julgados ao longo dos dois anos, sendo cerca de cinco mil em cada ano.
Valorização dos servidores e avanços internos
Outro ponto enfatizado foi o investimento em capacitação e valorização dos servidores. A gestão implementou cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado, além de formar profissionais que não possuíam ensino fundamental ou médio. “Nós tratamos todos com humanidade e valorização. Demos aumentos, investimos em capacitação e criamos condições para que todos pudessem evoluir”, destacou.
Entre as melhorias internas, foram citadas a reinauguração do Restaurante Conselheiro Reinaldo Moura, a oferta de fisioterapia para servidores, a expansão da Escola de Contas, agora certificadora de cursos de pós, mestrado e doutorado e a completa informatização dos setores administrativos, incluindo folha de pagamento, recursos humanos e contabilidade.
A comunicação institucional do Tribunal também alcançou resultados expressivos: saiu da posição de instituição pouco conhecida para ocupar o 5º lugar nacional entre os 33 tribunais de contas, ampliando sua presença digital e quase dobrando o número de seguidores no Instagram, que passou de 7 para cerca de 16 mil.
Transparência e controle social
Susana Azevedo também destacou os avanços na transparência, área em que Sergipe conquistou, pelo segundo ano consecutivo, a segunda colocação nacional. O Tribunal recebeu novamente o Prêmio Diamante, e diversos municípios sergipanos também serão homenageados pela qualidade das informações prestadas ao público.
Outro destaque foi a celeridade na análise das contas estaduais. “Historicamente, as contas do governador ficavam anos sem julgamento. Agora, recebidas em maio, elas são julgadas até julho, como determina a Constituição. É um marco importante para o controle social”, ressaltou.
Na área da educação, a conselheira reforçou o trabalho do Pacto pela Educação, que acompanha de perto municípios com baixo índice de alfabetização. “Não é admissível que um município consiga alfabetizar 75% das crianças e outro apenas 11%. Estamos atuando junto ao Ministério Público de Contas para corrigir essas distorções.”
Novo ciclo e sentimento de missão cumprida
A conselheira também comentou sobre o futuro. Ao deixar a presidência, ela passa a ocupar a vice-presidência da Associação Nacional dos Tribunais de Contas (Atricon), sendo a primeira mulher a assumir o cargo. “É uma emoção muito grande. Agora o trabalho é em nível nacional, contribuindo para fortalecer todos os tribunais do país”, afirmou.
Encerrando o encontro, Susana Azevedo destacou que deixa o Tribunal mais moderno, organizado, humano e transparente. “Cada presidente tem a obrigação de deixar o Tribunal melhor. Saio realizada, com gratidão, e certa de que a próxima gestão dará continuidade e trará novos frutos. Tivemos dois anos de muito trabalho, seminários, eventos, avanços e entregas importantes para a sociedade.”
por Marina de Sena e Aisla Vasconcelos
