Custos com presos podem chegar a R$ 12 mil mensais

Debate na Alese discute sistema prisional do país (Fotos: Portal Infonet)

Magal da Pastoral explica que custos com presos são altos

O padre Valdir João Silveira fala sobre privatização de presídios

Em alusão aos 30 anos da instauração da Pastoral Carcerária em Sergipe, a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) sediou um debate nesta sexta-feira, 18, sobre o atual panorama do sistema prisional em Sergipe e no restante do país. O evento foi realizado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, através de um requerimento apresentado pelo deputado federal João Daniel (PT), juntamente com a Pastoral Carcerária.

Durante o evento, foram explanados dados alarmantes não apenas sobre as condições dos presídios públicos do Brasil hoje, mas também sobre os custos operacionais das cadeias e de cada detento, além da ineficácia do sistema em recuperar os infratores.

O Estado brasileiro arca com despesas chamadas de “hotelaria”, que engloba os preços de água, luz, kit higiene, medicamentos, assistência social e psicológica. De acordo com Carlos Antônio Magalhães, o ‘Magal da Pastoral’, estes gastos chegam a R$ 2,5 mil mensais por preso, em média. “Este número piora quando são somados os custos com Defensoria Pública, judiciário, Ministério Público, isso chega a R$ 12 mil por mês. O pior é que este custo não é computado. É melhor investir esse dinheiro em educação, porque nem as faculdades mais caras, como a do curso de Medicina, geram esse gasto”, compara.

Para ele, é necessária a reinserção social. “A simples punição, com pena de reclusão, sem o devido acompanhamento, não resolve e é caro. Se for investir em educação, lazer, esportes, gastaremos apenas um quinto dos valores despejados”.

Apontada como uma solução para reduzir os gastos estatais com o sistema prisional, a privatização de presídios é uma medida ineficaz, sob a ótica do padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária. Em discurso, ele criticou o atual modelo.

“Este sistema é seletivo. Os presos de melhor comportamento, com menor reincidência. Se lá dentro ele comete alguma irregularidade, é devolvido ao presídio estatal. Depois, querem comparar o ‘selecionado’ com o ‘dispensado’. Dizer que são mais baratos é uma mentira. Os presídios de Manaus e de Pedrinhas, no Maranhão, são privatizados”, conta. “O Estado controla todas as ações do preso, diz a hora que ele come, dorme, o que usa e o que faz, não fornece nenhuma iniciativa, e depois diz que prepara ele para viver novamente em sociedade. É totalmente contraditório”, conclui.

Por Victor Siqueira e Aisla Vasconcelos

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