Delegada mostra frustração em depoimento à CPI do Lixo

Delegada gostaria de tratar sobre o ano de 2017 no depoimento (Fotos: Portal Infonet)

Vereadores puderam fazer perguntas aos delegados 

Os delegados Gabriel Nogueira e Danielle Garcia, que faziam parte do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e a Administração Pública (Deotap), prestaram depoimento na tarde desta terça-feira, 5, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura supostas irregularidades nos contratos da limpeza pública celebrados entre a Prefeitura de Aracaju e a empresa Torre.

Em depoimento, a delegada Danielle Garcia demonstrou frustração por não poder realizar declarações sobre as investigações realizadas pela ‘Operação Babel’ no ano de 2017, já que os vereadores limitaram os questionamentos aos anos de 2010 a 2016. “Nós tínhamos uma série de informações que sentamos, pontuamos e reestudamos o inquérito, que tem mais de duas mil páginas. Imaginei que fôssemos falar sobre a última fase da operação, que era exatamente a fase em que tivemos acesso a medidas cautelares, ligações telefônicas e acesso a telefones. Tínhamos informações importantes a passar”, afirmou.

Questionada se o ano de 2017 foi o período em que foram constatadas situações mais graves, a delegada respondeu positivamente. “Na minha opinião, sim, mas se não é a opinião dos vereadores da comissão, eu respeito e estou à disposição se for o caso de ser chamada novamente para tratar somente do ano de 2017”, declarou.

A delegada relatou ainda o desejo em ter dado continuidade às investigações, já que foi impedida devido sua exoneração em outubro do ano passado. “Depois da operação Babel, não só o secretário de segurança e o chefe de polícia foram exonerados do cargo, quanto eu logo em seguida. Não sei se existe alguma relação, mas o fato é que hoje tenho que cuidar dos crimes na Barra dos Coqueiros e quem está à frente da Deotap ou da Secretaria de Segurança Pública que cuide destas questões de corrupção. Nós nos especializamos nesta área e saímos de forma abrupta, sem uma justificativa, na nossa opinião, plausível, mas essa questão diz respeito à administração”, comentou.

O vereador Elber Batalha (PSB), também lamentou a retirada das investigações sobre o ano de 2017 da pauta, mas acredita que a vinda dos delegados à Câmara foi positiva. “Não vamos nos desanimar por isso, nem tirar o foco. Existe muita coisa sendo investigada neste período, são duas acusações graves: um superfaturamento contratual que só em um lote passou em dois meses de 55 milhões para 105 milhões, e um indício grave de pesagem de resto de construção como lixo domiciliar, que tirava o preço da tonelada de R$34 para R$ 105. Quanto dinheiro público foi literalmente para o lixo com essa fraude de pesagem?”, questiona.

Já o vereador Antônio Bittencourt (PC do B) minimizou o fato da retirada das investigações daquele ano e viu como positiva a ida dos delegados à Câmara. “Por mais que nos esforcemos, jamais atingiremos um décimo de toda investigação que foi feita pela polícia, por sua força tarefa. Portanto o que ponderei aqui foi que cada vez mais eles aprofundem as investigações. É preciso que os responsáveis sejam punidos havendo dolo às questões públicas, mas essa casa efetivamente trata da dimensão política desse acontecimento”, afirmou.

De acordo com o presidente da CPI, Vinícius Porto (DEM), os próximos passos a partir dos depoimentos dos delegados ainda serão avaliados pelos parlamentares. “No dia 12 de junho, nós poderemos votar um requerimento de alguma documentação ou da vinda de algum cidadão ou cidadã que participou deste processo aqui para esta casa, e, portanto, estamos aguardando ainda por parte dos vereadores as solicitações dos requerimentos para serem aprovados ou rejeitados”.

por Yago de Andrade

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