Deputado denuncia manobra para favorecer candidato

Venâncio Fonseco: apelo ao governo (Foto: Maria Odília/Agência Alese)

No grande expediente da sessão desta terça-feira, 13, o líder da bancada de oposição, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), falou sobre as especulações que desde ontem começaram a ser publicadas na imprensa sobre a recomposição que o governo do Estado está fazendo e, dentro dessas mudanças estaria a troca de comando na Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Segundo o deputado, as informações dão conta de que o provável secretário será o ex-deputado Jorge Alberto. Ele afirmou que não tem nada contra a pessoa do atual secretário chefe da Casa Civil, “minha preocupação é que a saúde não aguenta mais ser trampolim para candidatura para deputado federal. A Saúde está na UTI e se essa nomeação for feita, como já está declarada, vai ser o enterro da saúde”, afirmou.

Venâncio Fonseca acrescentou que a sua bancada faz uma oposição construtiva e por isso queria alertar ao governador que reveja essa possibilidade e que veja a indicação para outra pasta, mas não para essa. Segundo ele, a Saúde está precisando de um secretário isento de intenção de um mandato próprio parlamentar, isento de política, para administrar a saúde como deveria e com prestígio junto ao governador do Estado. O parlamentar afirmou que o atual secretário da pasta é um cidadão de bem, falante, mas, avaliou Venâncio, tem um discurso para turista, que não conhece a realidade do Estado.

“Porque quem escuta o secretário Antônio Carlos Guimarães falando não acredita que está faltando algodão, gaze, analgésico, médico, tudo na saúde. Parece que o Samu está uma beleza, que as ambulâncias funcionam a contento, e o que se encontra é uma tragédia”, declarou, apelando ao governador que, se isso realmente estiver em sua cabeça, que reveja a intenção dessa nomeação.

Em seu pronunciamento, o deputado falou ainda sobre a Fundação de Saúde, que em três anos de fundada está com uma dívida de R$ 90 milhões. Ele lembrou que a lei que autorizou sua criação foi aprovada pela Assembleia com o voto contrário da oposição. “E hoje veem que nós tínhamos razão. Dizia que era uma medida para melhorar e piorou tudo. Por isso mostramos nossa preocupação com a nomeação da saúde. Mais uma vez digo que não é nada contra Jorge Alberto, mas que não seja ele nem outro que já tenha campanha declarada para deputado federal. O governador tem que evitar isso em nome do povo sergipano”, disse.

Em aparte, o vice-líder da bancada oposicionista na Casa, deputado Augusto Bezerra, parabenizou o pronunciamento e disse que o atual secretário de Saúde vive anunciando que foi autorizada a compra de 30 novas ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e elas nunca chegam. “E o serviço fica sem poder atender todos os municípios. Saúde é vida e não se pode brincar”, frisou.

Reajuste funcionalismo

O deputado Venâncio Fonseca, em seu discurso, fez referência a uma nota publicada na impresa sobre a situação financeira do Estado e que diante disso o governo deveria anunciar o reajuste do funcionalismo público repondo apenas a inflação e, no máximo, concedendo algo a mais em torno de 1%, mas teria gente de dentro do próprio governo defendendo que não houvesse reajuste, por conta da crise financeira. “Para reajuste falta dinheiro, para a governabilidade sobra dinheiro? Aí vem Lei de Responsabilidade Fiscal, limite prudencial e para o restante sobra tudo”, disse.

O parlamentar disse que não há interesse em enxugar a folha nos cargos em comissão para então ter condições de dar um bom aumento porque os petistas que ocupam os CCs destinam um determinado percentual por mês ao partido e se houver esse enxugamento vai enxugar também o caixa do PT. “E qual o interesse do PT em enxugar a folha em CCs? Essa é a verdade”, afirmou. Para ele, enquanto isso o funcionalismo público mais uma vez será sacrificado em nome da Lei de Responsabilidade Fiscal que, segundo ele, só tem limite para o funcionário. “Para o restante é sem limite. O limite é o céu.

Venâncio Fonseca disse que se o governo do Estado quiser tem condições plenas de conceder um bom aumento, mas não o faz porque o funcionalismo público não é prioridade. Ele fez um comparativo dizendo que Sergipe, o menor Estado da Federação, tem 30 secretarias, enquanto São Paulo possui 26. “O governo tem o direito de recompor sua base como quiser, conversar com os deputados, para mim não tem nada demais. Mas tem que ter cuidado, até na publicação como estão fazendo, porque senão fica feio”, completou.

Militares

Ainda em seu pronunciamento, o deputado lembrou que há alguns dias usou a tribuna para falar sobre a perseguição que os sargentos Jorge Vieira e Edgard Menezes, da Polícia Militar, vinham sofrendo e na oportunidade ele dizia que no fundo tinha a participação do governo, o que foi rechaçado pelo líder do governo na Casa, deputado Francisco Gualberto (PT). Mas ele dise que hoje recebeu uma cópia de um documento assinado pelo chefe do gabinete militar, em ofício dirido ao comandante geral da PM, coronel Aelson Resende, informando sobre matérias publicadas sobre atos realizados pelos movimentos militares, ao tempo em que pedia providências que o caso requer.

“Um documento assinado pelo tenente coronel Carlos Augusto Lima Bispo, chefe do gabinete militar do governo. Foi o movimento que os militares fizeram na porta da Assembleia e vem o chefe do gabinete militar, um olheiro do governo para perseguir dois militares que participam sempre dos movimentos reivindicatórios”, disse. O parlamentar disse que não há prova maior, diante do documento, de que um dos processos contra os militares saiu a pedido do chefe da Casa Militar, que fica dentro do Palácio do Governo. “Contra documentos não há argumentos”, declarou.

Fonte: Agência Alese

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