
O deputado estadual eleito com mais de 42 mil votos em Sergipe, Talysson Barbosa Costa (PR), enfrenta mais uma denúncia relacionada a suposta prática de crime eleitoral, que teria sido exercida pelo pai dele, Valmir dos Santos Costa, o Valmir de Francisquinho, prefeito de Itabaiana, que se encontra preso no Presídio Militar de Sergipe (Presmil). Neste novo procedimento de investigação por suposto crime eleitoral, Valmir de Francisquinho é destacado por promover ato político em benefício da candidatura do filho.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já cassou o diploma de Talysson decorrente de denúncia semelhante feita pela deputada Maria Mendonça, mas ele será diplomado haja vista a existência de recurso ainda não julgado, que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As novas denúncias chegaram à justiça eleitoral através de representação novamente assinada pela deputada Maria Mendonça. Neste novo procedimento, a conduta do prefeito afastado do cargo é caracterizada como abuso de poder econômico pela ótica da advogada Priscila Mendonça. O ato político teria ocorrido no mês de agosto quando o prefeito Valmir de Francisquinho realizou solenidade em praça pública para a entrega de veículos que compõem a frota da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) de Itabaiana.
Nesta quinta-feira, 22, o desembargador Diógenes Barreto e a procuradora regional eleitoral Eunice Dantas, que estão à frente da investigação, ouviram o depoimento de duas testemunhas. Ambos homens que prestaram depoimento são servidores da SMTT, um deles agente de trânsito e o outro exerce a função de superintendente do órgão municipal, ocupando cargo de confiança indicado pelo próprio prefeito Valmir de Francisquinho.
A advogada Priscila Mendonça garante que o ato do prefeito para entregar as viaturas da SMTT se caracterizou como ato político para “impulsionar” a campanha eleitoral do deputado eleito Talysson Costa. Na audiência, a advogada exibiu fotografias em que um homem aparece no cenário agitando uma bandeira com o slogan do então candidato.
As duas testemunhas ouvidas relataram que, durante o ato, não teriam percebido a bandeira no local da solenidade, ocorrida na praça Fausto Cardoso. O advogado Fabiano Feitosa, que atua na defesa de Talysson, descarta a possibilidade do ato ter relação com campanha política. “Foi só a entrega dos veículos, não ouve discurso, não teve propaganda, não teve nada de campanha”, garante Fabiano Feitosa. “As testemunhas ouvidas falaram tudo isso”, resumiu.
Por Cassia Santana