Deputados visitam aterro sanitário do Povoado Tabocas

Deputados visitam aterro no Povoado Tabocas (Fotos: Portal Infonet)

Deputados que integram a Comissão de Agricultura e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Sergipe, visitaram na manhã desta quarta-feira, 21, a área onde está sendo construído o aterro sanitário do Povoado Tabocas [Nossa Senhora do Socorro], o aterro sanitário mantido pela Estre Ambiental no município de Rosário do Catete e a Lixeira da Palestina. O objetivo da visita foi verificar in loco, a situação de desespero das famílias que residem na área e o que consideram “crime ambiental”.

Segundo o deputado Augusto Bezerra (DEM), os deputados abraçaram a causa por entender que o local em que a Empresa Torre está construindo o aterro sanitário no Povoado Tabocas, é inapropriado.“Aqui não é um local apropriado, não está a um quilômetro das casas com o determina a legislação; aqui é zona urbana e não rural e a Torre está cometendo um crime ambiental. Está tapando lagoas, entupindo um aqüífero que leva água para a Ibura que abastece Aracaju, então esse não é um lugar apropriado para fazer aterro sanitário. A Tabocas não vai permitir”, alerta.

Materiais para construção de mantas estão no local

Augusto Bezerra disse ainda que os deputados vão procurar a Adema [Administração Estadual do Meio Ambiente] com a finalidade de mostrar tudo o que os parlamentares e os profissionais da imprensa observaram no Povoado Taboca.
“Vamos mostrar o Eia/Rima, mostrar todos os documentos que a Associação de Moradores tem e a partir daí, vamos tomar todas as providências que a Assembleia Legislativa tem condições de tomar por meio da Comissão de Meio Ambiente”, destaca.

Lixo no quintal

A construção do aterro sanitário da Taboca vem deixando os mais de três mil moradores do povoado preocupados. A Associação de Moradores criou uma comissão com a finalidade de discutir todas as conseqüências do aterro, a exemplo do mau-cheiro, dos urubus, da destruição de aqüíferos, da poluição das águas, entre outros.

Justino: "Não queremos lixo no quintal e urubus na cabeça"

“Eu moro aqui há mais de 40 anos e assim como os outros, não aceito a construção do aterro. O lixo vai ficar no nosso quintal, é só observar a cerca que a Torre colocou. Como vamos conviver com o lixo, com urubus na nossa cabeça, com o mau-cheiro insuportável, as doenças, sem contar que as nossas casas não terão mais qualquer valor. Ninguém vai querer morar com uma lixeira no quintal e se a Torre for indenizar, vai ser por um valor bem abaixo”, lamenta o morador José Jovino dos Santos Filho.

De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Povoado Taboca, Valtemir Henrique, no final de janeiro foi realizada uma audiência pública com a participação de moradores e de representantes da Adema e da Torre. “Nesta audiência eles garantiram que não existia licença da Adema e o que estamos vendo aqui é a colocação das chamadas mantas [por onde o chorume passa], numa prova cabal de que o aterro será construído”, lamenta.

Estre

Presidente da Associação de Moradores

Do Povoado Taboca, a comissão seguiu até o município de Rosário do Catete conhecer o aterro sanitário mantido pela Estre Ambiental, onde foi recebida pelo diretor de Tecnologia e Meio Ambiente, Pedro Steck, que fez um relato de como a empresa funciona.

Segundo ele, quando a empresa decidiu vir para Sergipe, a primeira coisa foi entender a questão ambiental. “Nós fomos à Adema, fizemos um levantamento para saber se o local era apropriado. Como vocês estão vendo, aqui não temos residências nas proximidades [mecanismo de proteção]. Estamos construindo o Centro de Educação Ambiental para receber visitantes, estudantes. Estamos tendo cuidado com a questão do reflorestamento”, ressalta informando que o aterro possui capacidade para cuidar de todo o lixo produzido no estado, ou seja, 14 milhões de toneladas.

Deputados visitam Estre Ambiental e…

… aprovam  aterro

Pedro Steck enfatizou ainda que o custo para que os municípios levem o lixo até o aterro de Rosário do Catete fica em torno de R$ 40 reais a tonelada, o que para ele, não é inviável. “Aterro não custa em peso, mas em espaço”, diz.

Torre

A Empresa Torre informou que a obra em andamento refere-se a Unidade de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e está licenciada. E que Polo de Gerenciamento de Resíduos trata-se de outro empreeendimento que está em fase de licenciamento, tendo a Audiência Pública realizada em 31 de janeiro de 2012.

"As etapas estão sendo cumpridas conforme legislação existente, ao tempo que nos colocamos a disposição para apresentar o projeto. A obra em andamento foi iniciada em fevereiro do corrente ano, e está previsto a conclusão para maio de 2012".

Participaram da visita, os deputados Augusto Bezerra, Zezinho Guimarães, Maria Mendonça, Pastor Antônio, Arnaldo Bispo e Dr.Gilson. além dos vereadores de Socorro, Ruy Gomes e Aldon Oliveira.

Por Aldaci de Souza

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