Desmonte de bancos públicos é debatido na Alese

Demonste de bancos públicos é debatido na Assembleia Legislativa (Foto: Portal Infonet) Cristiana Senhorio explica as possíveis consequencias da privatização de bancos (Foto: Portal Infonet) Jair Ferreira, presidente da Fenae, comenta as medidas para tentar evitar os desmontes (Foto: Portal Infonet)

Nesta terça-feira, 25, foi discutida, em audiência pública na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), as causas, efeitos e consequências da possibilidade de “desmonte” dos bancos públicos do país, ou seja, da privatização destas instituições.

De acordo com Cristiane Senhoria, doutora em economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), o “desmonte” representa uma menor possibilidade de desenvolvimento econômico do Estado. “Os bancos públicos são instrumentos para incentivar a minimização das carências e de políticas para atender necessidades sociais, como moradia, crédito rural, melhor distribuição de recursos de saneamento. Os privados só investem onde há garantia de retorno nos lucros. Mais de 25% da população rural de Sergipe vive em áreas rurais, boa parte delas em condições de pobreza. Então elas precisam ter acesso a estes benefícios”, explica.

Atualmente, o Brasil possui apenas dez bancos públicos, sendo quatro deles estaduais, a exemplo do Banco do Estado de Sergipe (Banese), Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco do Brasil. Senhoria afirma que, em vez de reduzidos, os investimentos devem ser ampliados, para melhorar o contexto da crise no país.

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jair Ferreira, afirma que mobilizações podem barrar projetos de privatização das instituições. “A gente está preocupado porque há o interesse em passar o patrimônio público para o grande capital. Nossa ferramenta é tentar convencer a sociedade e políticos a não aceitarem isso. Você pode até manter uma empresa pública, mas também é preciso evitar que se desmonte o seu papel, tirando grandes fontes de recurso para baixa renda”, comenta. “A sociedade precisa saber que não pode perder estes benefícios”.

Por Victor Siqueira e Verlane Estácio