Sindicalistas questionam números apresentados em audiência (Fotos: Portal Infonet) |
Os dados apresentados na primeira audiência pública realizada pelo Tribunal de Contas para discutir as questões previdenciárias do Governo do Estado deixaram servidores muito mais preocupados. Na avaliação de técnicos e sindicalistas, os dados divulgados até o momento pelos diferentes segmentos da administração pública não foram suficientes para explicar a origem do déficit previdenciário estimado em R$ 1 bilhão.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese), Ângela Melo, estranha a multiplicidade dos valores apresentados por diferentes segmentos do governo. “O presidente [Augusto Fábio Oliveira Santos, diretor-presidente do Sergipeprevidência] não deixa clareza sobre a origem do déficit e a maior preocupação são os dados aqui apresentados com relação às receitas”, reage Ângela Melo.
“A Secretaria da Fazenda diz que o governo aporta R$ 900 milhões, o Tribunal de Contas apresenta dados de R$ 600 milhões e, hoje, o presidente diz que são R$ 800 milhões. Então, temos três dados diferentes: da Secretaria da Fazenda, do Tribunal de Contas e do próprio Sergipeprevidência. Temos clareza de que não há outra saída a não ser fazer uma profunda auditoria nas contas da previdência para que se busque a saída, se regularize e os servidores não continuem sendo os únicos penalizados neste processo”, analisa a sindicalista.
Devedor ou credor?
Luiz Moura vê possibilidade de Estado ser devedor da previdência |
Por outro lado, o economista Luiz Moura, técnico do Departamento Intersindical de Estatística e de Estudos Socioeconômicos (Dieese), não está convencido se efetivamente o governo é credor do Sergipeprevidência, conforme observado nos dados apresentados nesta segunda-feira, 23, pelo diretor-presidente do instituto.
Para Luiz Moura, o diretor-presidente mostrou que o antigo fundo de previdência só possuía alguns apartamentos e carros velhos e defende maior transparência para que todos possam conhecer efetivamente qual o montante que o governo destinava para o fundo a título de contribuição patronal e os valores destinados pelos servidores.
“E para onde foi todo o dinheiro da contribuição do Estado e dos servidores?”, questiona. “É necessário se quantificar para então se falar em déficit ou não. O Estado pode estar devendo. Não dá para afirmar, não tem como mensurar se não tivemos acesso aos valores das contribuições ao longo destes últimos 30 ou 40 anos”, observa o economista.
Ângela Melo, à direita: três dados diferentes |
O secretário Jeferson Passos, da Fazenda, explica que os recursos da previdência foram desviados por gestores anteriores para financiamento de outras ações do próprio governo, inclusive com aval da Assembleia Legislativa. O secretário reconhece que a solução só chegará a longo prazo. “Do mesmo jeito que o déficit da previdência não surgiu de uma hora para outra, ele vai se acumulando ao longo dos anos, a solução também não vai se dar de forma mágica e instantânea, vai precisar de uma solução que permita este equilíbrio ao longo dos anos”, comentou.
Por Cássia Santana
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