Ditadura militar: Jackson pede investigação do 28º BC

Jackson Barreto pede investigação do 28º BC pela Comissão da Verdade (Foto: Roque César)

O governador Jackson Barreto irá solicitar ao ministro da defesa, Celso Amorim, a inclusão do 28º. Batalhão de Caçadores na lista dos estabelecimentos a serem investigados pela Comissão da Verdade, no que concerne aos ‘abusos em dependências militares', no período do Regime Militar.

Não por acaso, o pedido do governador ganha sustentação porque nas dependências do 28º BC se desenrolou uma das páginas mais dramáticas da história política de Sergipe, com a prisão, tortura, estupro e cegueira de militantes de esquerda, durante aquele que ficou conhecida como “Operação Cajueiro”.

A Operação Cajueiro, uma das últimas investidas da ditadura militar, foi deflagrada na véspera do carnaval de 1976, mais precisamente no dia 20 de fevereiro, e ainda hoje chama a atenção por dois grandes motivos: o caráter extemporâneo de sua ocorrência – pois aconteceu quando o período mais sombrio da ditadura militar começava a se esgotar e a distensão política dava os seus primeiros passos-; e pela brutalidade como se manifestou contra os nossos militantes.

Nesta época, Jackson era deputado federal e não foi preso ou torturado, embora tenha respondido a inquérito militar, mas sua iniciativa ganha honroso sentido porque ele presenciou os momentos de dor impostos pelo regime a dezenas de famílias sergipanas e líderes políticos, vítimas da intolerância e brutalidade, e que foram levados ao quartel do 28º BC, onde ficaram presos e torturados.

Naquele período, a 6.º Região Militar, que incluía Sergipe, era comandada pelo general Fiúza de Castro, um defensor declarado da tortura. Graças ao seu empenho, e ao afastamento do Comandante do 28.º Batalhão de Caçadores, Osman de Melo e Silva, o que se seguiu sob sua orientação foi não apenas o último suspiro de violência da ditadura, mas um atentado gravíssimo à liberdade dos sergipanos e dos brasileiros.

O governador quer que os sergipanos conheçam os fatos, não por revanchismo, mas porque o povo tem o direito de conhecer a verdade, para que essa trágica experiência não se repita.

Fonte: ASN

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