Entidades se preocupam com destino das subvenções

Alunos da Apada: atividades poderão ficar comprometidas (Foto: Arquivo da instituição)

Entidades beneficiadas com as subvenções da Assembleia Legislativa estão preocupadas com o destino destes recursos após decisão do desembargador Cezário Siqueira Neto pela inconstitucionalidade da lei que dispõe sobre a distribuição destas verbas. As lideranças comunitárias concordam com o entendimento do Poder Judiciário, mas deixam claro que há instituições sérias que desenvolvem políticas de assistência social para setores carentes e necessitam destes recursos para sobreviver.

No entendimento do vice-presidente da Federação das Entidades Comunitárias do Estado de Sergipe (FECS), José Aragão, os critérios da distribuição daquelas verbas devem ser modificados. “Vejo a decisão do desembargador com naturalidade. Estas verbas devem ser realmente repassadas pelo Executivo, mas com ressalvas”, diz. “Acho que estes repassem devem ser feitos por meio de emendas como ocorre no Congresso Nacional, através de lei própria, observando as entidades que realmente cumprem com o seu papel junto à comunidade”, observou.

A presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Sergipe (Apada), Lygia Maynard, não esconde que os serviços desta instituição só estão sendo viabilizados devido às verbas de subvenções e admite que os trabalhos poderão ser interrompidos caso as verbas sejam definitivamente suspensas. “Eu só estou sobrevivendo por causa da contribuição das subvenções”, diz. Maynard revela que os recursos que recebe da Assembleia Legislativa são direcionados para pagamento dos profissionais que atuam na entidade prestando relevantes serviços a crianças e adolescentes com deficiência auditiva.

José Aragão: distribuição pelo Executivo, com ressalvas (Foto: Arquivo Portal Infonet)

São profissionais, segundo a presidente, que realizam atividades relacionadas ao reforço pedagógico, práticas esportivas e de fonoterapia, entre outros serviços indispensáveis à comunidade assistida. A entidade atende a 74 alunos. “Eles frequentam a escola regular, mas fazem reforço aqui porque não conseguem acompanhar as atividades na escola porque não ouvem e aqui eles participam de todas as atividades, almoçam e fazem lanche”, enfatiza a presidente.

Lygia Maynard tem confiança nas alternativas que o Poder Judiciário encontrará para impedir os prejuízos. “Acredito que a justiça vai determinar outro órgão para fazer o repasse com base nas informações do Ministério Público e que os recursos sejam destinados às instituições que realmente são merecedoras de confiança porque as verbas já estão disponibilizadas”, enalteceu a presidente da Apada.

Por Cássia Santana

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