Feminicídio traz efeitos danosos na vida dos filhos das vítimas

Efeitos do feminicídio na vida de crianças e adolescentes é discutido em audiência (Foto: Portal Infonet)

As consequências do feminicídio na vida das crianças e adolescentes foram debatidas na manhã desta sexta-feira, 6, em audiência pública na Câmara de Vereadores de Aracaju (CMA). A autora da propositura, vereadora Emília Correa (Patriota), falou da quantidade de feminicídio que têm crescido muito em Sergipe, e que políticas públicas precisam ser implementadas para cuidar das crianças e adolescentes filhos das vítimas.

“O feminicídio já é muito grave, mas ele deixa uma consequência ainda pior, porque além da perda da vida, quando acontece um feminicídio crianças e adolescentes ficam órfãs. Precisamos amadurecer para que a sociedade se acorde e que as politicas públicas aconteçam. O problema social já é imenso quando se tem um índice de natalidade tão alto, imagine sendo retirado do núcleo familiar aquela que vai cuidar. Isso gera mais problema social”, enfatiza.

Uma das palestrantes da audiência foi a promotora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Adolescência do Ministério Público Estadual (MPE), Lilian Carvalho. Ela conta que o sofrimento causado com a perda da mãe por um crime tão violento deixa consequências para a vida inteira.

“Já está provado que as crianças e adolescentes que têm seus direitos violados ou vivenciam situação de violência, negligência, abandono, e princialmente de violência dentro de sua casa, elas têm consequência dentro do seu desenvolvimento, consequências para que ela possa galgar escolaridade, possa se empoderar, que ela possa se tornar uma pessoa desenvolvida, com potencialidade, que possa seguir sua visa. Os meninos e meninas de hoje serão os adultos de amanhã, mas a infância tem que ser trabalhada agora. A nação que não cuida da sua criança e adolescentes está enfadada ao insucesso”, afirma.

A promotora lembrou que nos últimos dois anos está havendo uma epidemia de crianças e adolescentes no contexto de automutilação e suicídio. “Muitas dessas causas está relacionada a violência, agressões e até mesmo a falta de atenção dos familiares. As pessoas precisam estar atentas nesse olhar e compreender que criança e o adolescente têm sofrimento psíquico, emocional, precisam ser trabalhadas e compreendidas como pessoas em desenvolvimento. As famílias enxergar e ouvir”, finaliza.

Por Karla Pinheiro

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