Gestora diz que cheque era devolvido a servidor da Alese

Segundo a deleada Daniele Garcia, 18 novos inquéritos serão ajuizados (Fotos: Portal Infonet)

A delegada Daniele Garcia, da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária (DEOT), detalhou na manhã desta segunda-feira, dia 18, as prisões de Clarice Jovelina de Jesus e José Agenilson de Carvalho Oliveira. A dupla e uma terceira pessoa [que também teve a prisão preventiva, mas não foi localizada] são ligadas à Associação de Moradores e Amigos do Bairro Nova Veneza (Amanova), que teria recebido mais de R$ 2 milhões em verbas de subvenção.

A prisão preventiva foi decretada pela juíza da 1ª Vara Criminal, Jane Silva Santos Vieira, que acatou o pedido do Ministério Público (MPE). Segundo as investigações do MPE, a entidade recebeu recursos dos deputados Augusto Bezerra [R$ 940.000], Paulinho das Varzinhas [R$ 1.085.000] e Susana Azevedo [R$ 300.000]. O MPE apontou que o dinheiro não foi utilizado para o benefício da população.

Max Carvalho que é advogado de Clarice, diz que tudo será esclarecido 

De acordo com a delegada Daniele Garcia, a  presidente da Amanova informou, durante depoimento, que sacava os cheques e que estes eram devolvidos a um rapaz que se apresentou como funcionário da Assembleia Legislativa (Alese). “A dona Clarice conta que foi procurada pelo tal Carlinhos, que a imprensa já divulgou que não existe, e que ele se apresentou como funcionário da Assembleia Legislativa. Ela disse que era Carlinhos que movimentava a conta junto ao banco, que regularizou a conta da associação junto ao banco e era Carlinhos quem pegava o dinheiro. Ela diz que assinava os cheques, sendo muito deles em branco, e quem preenchia com nominal ou até mesmo o valor, era o Carlinhos. Ela ia com ele no banco, sacava o dinheiro e entregava para ele que dava a destinação diversa, mas para quem, a investigação vai dizer”, explica a delegada.

José Agenilson de Carvalho Oliveira, também prestou depoimento, e contou a delegada que emprestou a sua conta bancária para que o 'Carlinhos' realizasse o saque. “Ele recebeu cheques altos de R$ 70 mil e R$ 80 mil na conta dele. Ele conta que estava num bar, quando num determinado dia foi procurado por um tal Carlinhos que ele não conhecia, e que o Carlinhos pediu para ele emprestar a conta para receber um dinheiro. Como ele deve acreditar no coelhinho da páscoa e Papai Noel, ele forneceu a conta para que o dinheiro fosse depositado, sacou e deu ao Carlinhos. Eles não falam que destinaram recursos aos deputados, falam apenas que os recursos que foram destinados a eles, eram devolvidos ao tal Carlinhos”, conta.

Questionada sobre os envolvidos terem direito à delação premiada para que a pena seja reduzida, a delegada esclarece que não cabe à Polícia Civil solicitar, mas sim, ao Ministério Público Estadual (MPE).

Deputados

Ainda segundo a delegada Daniele Garcia, neste primeiro momento, por terem foro privilegiado, os deputados não serão investigados. “Importante dizer que nesse primeiro momento não há investigação contra os deputados que têm foro privilegiado e que precisam de uma autorização para serem investigados. Entretanto, caso nas investigações que já iniciaram fique comprovado o envolvimento de algum deputado, a gente encaminha para o Tribunal para que autorize as investigações e fique tudo esclarecido”, garante.

Novos inquéritos

Após essas prisões, a delegada conta que serão ajuizados mais 18 inquéritos inerente às entidades beneficiadas com as verbas de subvenção. “A partir de agora, vamos instaurar cerca de 18 inquéritos. Um inquérito para cada associação para apurar a destinação desses recursos. O fato é que é uma vergonha essas verbas de subvenção serem destinadas as associações, sendo que um real não tenha sido aplicado para a comunidade. Isso é crime grave, é peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e se depender da Polícia Civil do estado e do Ministério Público Estadual, com o apoio do MPF, vamos investigar doa a quem doer”, esclarece Garcia.

Defesa

O advogado de Clarice, Max Carvalho, falou com a imprensa e informou que todas as informações serão esclarecidas às autoridades competentes. “Temos ainda várias informações a serem prestadas às autoridades competentes. Neste momento, temos que nos resguardar apenas aos mesmos. Tão logo a gente possa elucidar e instruir o processo, estaremos comparecendo e apresentando em público todas as informações que sejam necessárias", informa.

Já o advogado João Victor Gusmão [defesa de Agenilson] preferiu não conversar com a imprensa.

Por Aisla Vasconcelos

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