Governo de Hitler: Ana Lúcia dá explicações à sociedade

Deputada Ana Lúcia Menezes (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Ainda se comenta a declaração da professora e deputada Ana Lúcia Menezes (PT), de que ‘nem Adolf Hitler tratou a educação como o governo Marcelo Déda vem tratando’. Semana passada, Déda disse estar  buscando a “oração de São Francisco de Assis para que Deus dê condições de devolver o ódio da professora com amor”. Na manhã desta segunda-feira, 4, Ana Lúcia divulgou nota à sociedade sergipana sobre o episódio que repercutiu em todo o Estado de Sergipe. Confira:

“Na impossibilidade, por problemas de saúde, de fazer esse debate de forma pessoal e direta, como sempre fiz, venho me dirigir à sociedade sergipana, de forma fraterna e honesta, para defender as minhas posições diante do que vem sendo colocado por parte da imprensa e pelo governador Marcelo Déda, do meu partido, o PT, a respeito do meu pronunciamento na Assembleia Legislativa, do dia 28/5, em defesa dos professores sergipanos, meus colegas de profissão, de vida e de lutas.

Reitero que em momento algum do meu discurso busquei atingir a honra ou a pessoa de Marcelo Déda, mas sim, fiz uma crítica com linguagem política e ideológica – jamais de xingamento, porque esta não é, e nem nunca foi a minha prática –, ao seu governo e ao modo como estão sendo tratados os professores. E governos, pelo que entendo, são impessoais.
Para os que querem distorcer as minhas palavras, sugiro ouvir o áudio do meu pronunciamento, que está disponível no site da Assembleia Legislativa de Sergipe.

Não posso deixar de me indignar com a posição do meu governo e do governador de insistir no descumprimento do pagamento do piso a todos os professores e de buscar jogar a população contra a categoria. Não é esse o papel de um estadista ou de um governo progressista.

É importante que a sociedade saiba que as posições nacionais do PT relativas à Educação e ao Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério são as mesmas que defendo, porque sou partidária e, portanto, estou caminhando em conformidade com o que defende o meu partido.

As resoluções congressuais do PT são deliberações que pautam os rumos do partido seja em que instância for. Portanto, o companheiro Marcelo Déda deveria ler melhor as resoluções do 4º Congresso Nacional do PT. Nelas se lê que:

“O PT deve se empenhar para aprovação de um Plano Nacional de Educação (PNE) que responda aos anseios, esperanças e necessidades da sociedade brasileira com universalização e ampliação do atendimento escolar da creche à pós graduação; valorização social dos profissionais da educação com piso salarial, carreira e formação; (…). Parte integrante desse processo é a consolidação, ao nível dos estados e municípios, do pagamento integral do Piso Salarial Nacional aos trabalhadores e trabalhadoras da educação. Para tanto, o PT deve envidar todos os esforços na implementação da lei específica, considerada constitucional pelo STF.”

Como também que “O PT reafirma sua disposição de diálogo com a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), com o movimento sindical, em particular com a Central Única dos Trabalhadores, (…).”

São resoluções do nosso partido. E não estamos vendo-as serem respeitadas em Sergipe.
Neste momento, é muito mais fácil buscar direcionar o debate para uma questão pessoal entre mim e o governador, como tentam plantar na imprensa, para desviar o foco do debate mais importante e central, que é a luta dos professores pelo cumprimento da Lei do Piso e a superação do impasse que se estabeleceu e da greve, que já supera os 48 dias. Desviar esse foco é o que mais interessa hoje ao governo, mas não à sociedade, que espera uma solução para o conflito, que penaliza alunos, mas também professores, pois são estes que terão que repor todas as aulas para fechar o ano letivo.

E se a greve se estende, isso não pode ser creditado apenas aos professores, que lutam por um direito conquistado com muita luta e referendado pelo Supremo Tribunal Federal, além de legitimado pela sociedade. Assim, cabe à sociedade perguntar que esforço tem feito o governador para superar essa greve? Nenhum. Prefere manter a sua postura intransigente em lugar de dialogar com a categoria e apresentar alguma proposta que traga avanço.

Por fim, reforço que sempre pautei a minha vida na luta pelo direito dos trabalhadores, em especial dos meus queridos professores, e não é por estar diante de um governo do meu partido que arrefecerei desta luta, como muitos já o fizeram, para atender a interesses pessoais. Não sou desse tipo de político. Sempre fui muito honesta, leal e franca com as pessoas. E assim me manterei.

Neste sentido, reitero o meu apelo para que o governador Marcelo Déda, como um estadista, abra canal de diálogo com o magistério e com o nosso sindicato, o SINTESE, com vistas ao pagamento do piso a todos os professores e à superação do impasse que se estabeleceu, para que professores e alunos voltem às suas atividades normais e que trabalhadores da educação e governo voltem a ter uma agenda comum e construtiva.

Agradeço pelos vários apoios que tenho recebido. Vou continuar na luta pela educação pública de qualidade com valorização do magistério. Sempre!”

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