Gualberto explica finalidade do pedido de empréstimos

Francisco Gualberto: "Projetos foram aprovados pelo Tesouro Nacional" (Fotos: Maria Odília/Alese)

O assunto principal na sessão da manhã desta quarta-feira, 12 na Assembleia Legislativa de Sergipe, foram os três projetos de lei de autoria do Poder Executivo, solicitando a contratação de empréstimos junto à Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os empréstimos passam de R$ 700 milhões. O líder do Governo, deputado Francisco Gualberto (PT) mostrou irritação contra as declarações do radialista Gilmar Carvalho de que os projetos podem ‘inviabilizar’ o Estado.

“O radialista está fazendo uma campanha contra a aprovação desses empréstimos, mas nem os dados sobre a situação financeira ele tem e fica dizendo no rádio que vai inviabilizar o Estado. Acho que ele está ingerindo ômega 3 demais sem saber que em 2006, o Estado utilizava 65.6 da sua capacidade de endividamento e em 2012, nosso governo utilizou 60.6, ou seja, a capacidade de endividamento está melhor”, ressalta Francisco Gualberto.

Venâncio: "Governo precisa baixar a bola. A bola murchou"

Ele explicou que o Estado de Sergipe pode utilizar 11% da receita líquida. Em 2006, foram utilizados 6.8% e o nosso governo utilizou 5.8%. “Isso mostra que o Estado está organizado, com capacidade de endividamento pensando no futuro, dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal. Quero deixar claro que antes de ser enviado à Assembleia para a votação dos deputados, os projetos já foram aprovados pelo Tesouro Nacional”, destaca.

“Os projetos foram lidos nesta sessão e já pedi que sejam distribuídos ainda hoje com os deputados. A pauta está trancada por conta dos vetos e eu espero que a votação aconteça na próxima semana. Se não formos capazes de discutir em uma semana, é melhor irmos vender peixe", diz.

Investimentos

Francisco Gualberto explicou como os mais de R$ 700 serão investidos em Sergipe. “Uma parte dos recursos será usada para construir a rodovia que ligará a região Sul ao Agreste [os municípios de Itaporanga D’Ajuda a Itabaiana]. R$ 20 milhões serão para a duplicação da Av. Euclides Figueredo, R$ 15 milhões serão para equipamentos do Hospital do Câncer [projeto do dono da rádio, Eduardo Amorim] e R$ 25 milhões para equipar hospitais em funcionamento, como o Huse, além de R$ 20 milhões para o IML”, esclarece.

Garibaldi: "Acredito que nenhum deputado vai querer votar contra os investimentos"

Ele fez questão de lembrar que a emissora em que o radialista Gilmar Carvalho trabalha é dos irmãos Amorim. “Mas esquecem que a concessão é do Estado e não é esse o papel da concessão pública, a finalidade é informar, noticiar, proporcionar o lazer e não para a utilizar meramente político eleitoreira, querendo detonar projetos, só porque mudou de lado. Estou aqui há quase 10 anos e nunca vi nenhum deputado votar contra esses tipos de projetos”, alfineta.

Dos deputados que formam a bancada do Governo, apenas Garibaldi Mendonça (PMDB) se pronunciou em favor dos projetos. “Eu também estou aqui desde o Governo de Albano Franco, passando pelo de João e agora no de Marcelo Déda e todos os projetos pedindo empréstimos foram aprovados. Após o deputado ter elencado todas essas obras, acredito que nenhum deputado vai querer votar contra o Estado”, enfatiza.

Oposição

O líder da oposição, deputado Venâncio Fonseca (PP) afirmou que não existe qualquer problema em aprovar os projetos, mas antes os deputados vão analisar com cuidado a capacidade de endividamento.

“O ex-secretário da Fazenda do Governo Déda, Nilson Lima, também já demonstrou a mesma preocupação do radialista. Nenhum deputado, nem o radialista, nem o ex-secretário querem a destruição do estado, mas ninguém sabe como está a viabilização e já chegaram os projetos e já querem votar. Agora é diferente e o Governo tem que baixar mais a bola. A bola murchou e não adianta querer defender interesses se fazendo de inocente e os outros de satanás, porque precisam dos peixinhos”, afirma.

“Antes era como um rolo compressor, os projetos chegavam e eram votados imediatamente. Eu e os deputados Augusto Bezerra, Goretti Reis e Arnaldo Bispo ficávamos como siri na lata, agora a Assembleia está equilibrada e isso é muito bom para a democracia e principalmente para o povo. Antes eram 20 deputados da situação contra quatro da oposição e agora existem os liderados por Déda, os liderados por João e os do grupo dos irmãos Amorim. A pauta está trancada desde o início de agosto e o líder do Governo agora quer pressa. Neste jogo não tem criança, nem inocentes e vamos analisar os projetos com muita cautela”, alerta.

O deputado Antonio dos Santos acrescentou que ninguém quer prejudicar o estado, mas alertou para o endividamento. “O Governo de Alagoas paga R$ 60 milhões por mês para amortecer dívida, pois os juros são muito altos. Temos que discutir antes de votar”, entende.

Por Aldaci de Souza

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