O Secretário de Estado da Saúde, Valberto Oliveira, participou da audiência pública na Sala das Comissões da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) nesta quinta-feira, 27, para prestar contas do 3° Quadrimestre de 2018, conforme estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O orçamento anual para a saúde, segundo o gestor da pasta, é de cerca de R$ 1,2 bilhão.
“Muita gente pode achar que isso é suficiente para deixar a saúde da forma que planejamos, mas a saúde é cara e a maioria das ações do Ministério da Saúde são subfinanciadas, e este sacrifício extraordinário é feito pelo Governo do Estado usando recursos do tesouro para que as ações planejadas sejam executadas, esse é um grande problema da saúde”, aponta Valberto.
Uma das questões mais cobradas pelos parlamentares durante a audiência e mais esperada pela população é a questão da oncologia em Sergipe. Na semana passada a deputada estadual Kitty Lima (Rede), juntamente com os deputados Rodrigo Valadares (PTB), Dr. Samuel Carvalho (PPS) e Georgeo Passos (Rede), integrantes do G4, estiveram no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), e dentre os problemas apontados foi observado a situação dos pacientes oncológicos.
“Além da grande quantidade de pacientes no setor de quimioterapia, os pacientes oncológicos reclamam que quando precisam de atendimento entram no hospital pela urgência como um paciente comum, sendo que eles estão debilitados, suscetíveis a qualquer tipo de contaminação. Isso não pode acontecer, é preciso ter um atendimento diferenciado para esse tipo de paciente”, enfatiza Kitty.
O secretário explicou que não é possível criar uma urgência específica para pacientes oncológicos porque seria necessário formar uma equipe médica para o setor e ter todo um aparato, e segundo o gestor, isso não é possível.
“Temos que lembrar que o hospital oncológico é integrado a um hospital de urgência, e esse paciente oncológico chega necessitando de atendimento clínico, então ele precisa entrar pela urgência. O que tem que acontecer é após atendimento ele ir para um local diferenciado. Sobre a quimioterapia, o Huse recebe cerca de 30 novos pacientes oncológicos por mês, e o espaço é pequeno, temos esse problema de espaço, então sempre a quimioterapia estará cheia porque o número de altas é bem menor que o número de entrada de novos pacientes”, justifica Valberto.
A apresentação do secretário mostrou que apenas 3,65% da obra do Hospital do Câncer foi concluído, e de acordo com o deputado Georgeo Passos, a construção do hospital não é mais prioridade do Governo do Estado. “Foram empenhados R$ 15 milhões na base de fundação do Hospital do Câncer para nada? Porque o Governador sinaliza na LDO que não é mais prioridade do dele o Hospital do Câncer. O projeto foi esquecido?”, questiona.
De acordo com o gestor estadual, o Hospital do Câncer sairá do papel, mas não foi dito quando isso vai acontecer. “O Hospital do Câncer vai sair, o projeto está sendo executado, agora tudo isso tem que obedecer rigores e trâmites da lei. Se questiona o tempo da obra, mas o que estamos fazendo é colocar o projeto na rota correta para não haver problemas para os gestores futuramente”, diz.
A deputada estadual Goreth Reis entende que para melhorar a situação da oncologia, é preciso mudar a forma de habilitação dos hospitais para tratar o câncer por parte do Ministério da Saúde, e dessa forma facilitar o acesso dos pacientes e a resolução do problema. “Ou você tem toda estrutura desde o procedimento ambulatorial, cirúrgico e as atividades de quimioterapia e radioterapia para ser habilitado pelo Ministério, ou você não consegue efetivar o procedimento a esses pacientes. E o que acontece? Fila! É preciso fragmentar mais essas atividades, responsabilizando cada espaço pela estrutura que tem e que pode ofertar, contanto que o paciente seja atendido”, ressalta.
Por Karla Pinheiro
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