Juíza ouve delegada que atuou na Operação Navalha

Maioria dos réus comparece à audiência (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

A delegada da Polícia Federal Andréa Tsuruta, que atuou nas investigações da Operação Navalha em nível nacional, prestou depoimento na tarde desta quinta-feira, 2, à juíza Telma Maria Santos Machado, da 1ª Vara da Justiça Federal em Sergipe. O depoimento foi colhido por vídeo conferência, em conexão com a justiça federal de Minas Gerais, e dois réus não compareceram e nem enviaram representantes, mas a juíza designou Márcio Conrado como advogado para representá-los.

No depoimento, a delegada informou que começou a atuar nas investigações da Operação Navalha há cerca de 11 anos, quando a investigação ainda estava em fase de encerramento no Estado da Bahia. Mas ela não lembrou dos detalhes, principalmente em relação aos fatos relacionados aos réus sergipanos, cujo processo foi batizado de Evento Sergipe. “Foi bom para os réus, não demonstra nenhuma acusação feita pelo Ministério Público”, conceituou o advogado Márcio Conrado, fazendo referência às declarações da delegada federal.

A Operação Navalha, que desvendou um suposto esquema para desviar recursos públicos em processos licitatórios que teria sido articulado pela Construtora Gautama em vários estados brasileiros, foi desmembrada por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e os réus estão respondendo ao processo judicial em seus respectivos Estados.

Madson: pedido para proibir fotografias e imagens dos réus

No Evento Sergipe, figuram como réus o conselheiro aposentado Flávio Conceição, do Tribunal de Contas do Estado, o ex-deputado federal Ivan Paixão, os empresários João Alves Neto e Zuleido Veras [dono da Construtora Gautama], Gilmar de Melo Mendes, Kleber Curvelo Fontes, Max Andrade, Renato Conde Garcia, Ricardo Magalhães da Silva, Sérgio Duarte Leite e Victor Fonseca Mandarino.

Na audiência, o advogado Madson Lima de Santana, que atua na defesa dos réus Max Andrade, Sérgio Duarte Leite e do ex-deputado federal Ivan Paixão, pediu a interferência da juíza para impedir o trabalho dos jornalistas no sentido de proibir imagens e fotografias, mesmo antes do início da audiência, alegando constrangimento. A juíza ponderou, observando que se tratava de dois direitos distintos e prometeu se manifestar posteriormente a respeito deste pedido.

O empresário Zuleido Veras e Ricardo Magalhães da Silva foram representados pelo advogado Luiz Eduardo Ruas, que compareceu ao juízo de Minas Gerais onde a testemunha se encontrava. Como não justificaram e nem enviaram representantes, os réus Gilmar Mendes e Kleber Curvelo Fontes foram representados pelo advogado ad Márcio Conrado. Há réus que foram representados pelos respectivos advogados, que solicitaram a liberação dos clientes nesta fase do processo e atendidos pela juíza Telma Machado.

Telma: perspectiva de concluir processo ainda neste ano

Flávio Conceição [à esquerda] com o advogado Pablo Fernandes

Ivan Paixão à esquerda: expectativa de absolvição

O processo judicial relativo ao Evento Sergipe está em fase de instrução, na perspectiva de ser concluído ainda neste ano, considerando o direito à ampla defesa de todos os réus, conforme fez questão de observar a juíza. Ainda falta ouvir muitas testemunhas arroladas pela defesa e também pela acusação. Estas pessoas arroladas deverão ser ouvidas por carta precatória, vídeo conferência e também presenciais na sede da Justiça Federal em Aracaju.

Durante a audiência, a juíza expediu cartas precatórias para oitiva de testemunhas nos Estados da Bahia, Santa Catarina, Paraíba e no Distrito Federal. Em julho, haverá nova audiência para ouvir uma testemunha no Estado do Amazonas, que prestará depoimento por vídeo Conferência.

Por Cássia Santana

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