Mais testemunhas responderão por processo criminal

Edilene Amaral pode ser processada por falso testemunho (Fotos: Portal Infonet)

Mais duas testemunhas ouvidas na audiência que apura irregularidades na distribuição das verbas de subvenções pela Assembleia Legislativa de Sergipe, deverão responder processos pelo crime de falso testemunho. A engenheira Civil Edilene de Jesus Amaral, que teria recebido um cheque no valor de R$ 300 mil [verba adquirida pela Associação Musical Lira Nossa Senhora da Conceição pelo deputado Adelson Barreto] e “pedido a uma amiga para sacar em espécie em acordo com o gerente do Banese na cidade, Wesley Teixeira Cabral” e o empresário José Marinho, pai do presidente da Associação do Povoado Visgueiro, em Muribeca, que recebeu verbas por meio do deputado Jefferson Andrade.

Antes de Edilene Amaral ser ouvida, prestaram depoimento, o presidente da Associação Musical Lira Nossa Senhora da Conceição, Robério dos Anjos Andrade e o pai, o Senhor José Xavier de Andrade Filho, que informou ser o filho quem resolve tudo na associação e que “só vê o deputado Adelson Barreto na televisão”.

Procuradora mostra fotos e Robério confirma partes danificadas na associação

Já Robério dos Anjos contou que soube da distribuição das verbas e entregou ofício na Assembleia solicitando a liberação de R$ 300 mil para reformar a associação. Ele disse conhecer Edilene da Prefeitura de Capela e ao perguntar se conhecia alguém para “tocar” a obra, ela indicou Lílian Feitosa de Barros Mendonça, dona de uma empresa de construção. Disse ter o contrato que foi assinado, que Edilene disse que o serviço seria R$ 300 mil e que foram feitos serviços hidráulicos, uma pintura e ampliação do espaço. E, que não conhece Líliam e nem fez pesquisa de preços, tendo pago a Edilene em cheque.

Contradições

No depoimento, Edilene Amaral contou aos procuradores federais Eunice Dantas e Rômulo Almeida, além do juiz eleitoral Fernando Escrivani Stefaniu, que ao ser contatada por Robério dos Anjos, falou com a amiga Lílian Feitosa, que por não estar com tempo disponível, pediu que ficasse à frente da obra. Que para começar os serviços, pediu ao cunhado Neoilton Belfort, alguns cheques. Disse que mesmo sendo engenheira não exigiu um contrato detalhado e que no dia que a associação liberou o cheque de R$ 300 mil, recebeu a ligação do banco comunicando, mas estava na estrada indo trabalhar em Capela, chegando na cidade por volta das 14h30 e por isso pediu a amiga ‘Michele’ para sacar após ter feito uma previsão com o gerente. Só que não informou o telefone da amiga e nem o sobrenome, apenas que mora em uma casa amarela com a mãe, nas proximidades do Fórum de Capela.

Muribeca

José Marinho admitiu ter adesivos de Jefferson em casa

O empresário José Marinho Filho, pai do presidente da Associação do Povoado Visgueiro [que recebeu R$ 480 mil em verbas por meio do deputado Jefferson Andrade], Sérgio da Silva Santos, de Muribeca, foi ouvido, após ter sido localizado e intimado na última terça-feira, 12. Ele confirmou ser o responsável de fato pela associação e que o filho só assina os cheques. Mas na hora de explicar o pagamento aos fornecedores, José Marinho disse que não pagou em cheques porque não acreditam e que pagou uma parte do próprio bolso, apesar de a empresa de construção de que é dono estar pagando dívidas trabalhistas. Ele também admitiu ter adesivos de Jefferson Andrade na parede da casa em que reside em Aracaju.

MPF

Eunice Dantas: "Será instaurado processo criminal contra Edilene e José Marinho"

A procuradora do Ministério Público Federal (MPF/SE), Eunice Dantas, informou que os R$ 480 mil recebidos da Assembleia Legislativa foram repassados aos fornecedores.

“A alegação dele foi estranha porque falou que alguns fornecedores prestaram serviços antecipados, a exemplo de uma empresa que realizou o Carnaval, que ele gastou 120 mil reais, pagou só 40 mil, não fez contrato nenhum, foi só de boca e se comprometeu a pagar quando saísse a verba. Mas quando foi perguntado porque não pagou em cheque, disse que o cheque não tinha credibilidade para receber. Ou seja, teve a boca dele para prestar um serviço sem contrato e valeu e a pessoa não recebeu o cheque da associação, está bem contraditório e mostra que realmente foi desviado e provavelmente com recursos para os candidatos”, destaca.

Em relação à testemunha Edilene Amaral, Eunice Dantas disse que ela deu dados falsos. “Ela informou que chegou ao banco um horário, quando temos conhecimento que o cheque foi sacado duas horas depois, chamando a atenção ainda ser um cheque de 300 mil que foi retirado em espécie da agência, quando o comum é fazer pagamento com os próprios cheques. Com isso, será instaurado processo criminal contra ela e contra José Marinho, por falso testemunho”, enfatiza acrescentando que a Lira não tinha reforma, só uma pinturinha de muro e um acimentado.

"Estivemos lá e fotografamos cupim nos telhados, tomadas antigas, de 30, 40 anos atrás. Trezentos mil reais dá para construir uma casa, naquela reforminha se gastar é cerca de R$ 15 mil. Não ficou claro e esta tarde, outras pessoas serão ouvidas à tarde", completa.

Por Aldaci de Souza

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