Membros do MST e da FNL desocupam sede do Incra

Antes de desocuparem a sede do Incra em Aracaju, os membros do MST, da FNL e de centrais sindicais fizeram um ato de repúdio contra a instituição Diretor do Movimento Sem Terra em Sergipe, Gileno Damasceno

Membros do Movimento Sem Terra (MST), de centrais sindicais e da Força Nacional de Lutas (FNL) desfizeram o acampamento nesta manhã, 10, mas fizeram um ato de repúdio contra o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/SE). Os manifestantes ocuparam o prédio do Incra em Aracaju e estavam acompado na sede desde o dia 2 de março, com o intuito de cobrarem da instituição celeridade nos processos de reintegração de posse.

"Estamos denunciando a postura do Incra em Sergipe, que é desrespeitosa, pois tem 15 anos que não acontece uma reintegração de posse aqui no Estado", diz um dos diretores do MST, Gileno Damasceno, ao ressaltar que eles já tiveram diversas reuniões com a superintendência estadual do Incra, mas até agora não tiveram as reivindicações atendidas.

"Há nove meses que a gente vem sentando para conversar com a superintendência do Incra, fazendo negociações, mas nossas pautas nunca são atendidas. Procuramos o Ministério Público Federal [MPF] e pedimos ao procurador Ramiro Rockenbach para ele intermediar uma negociação com o Incra Nacional e Estadual e ele se prontificou a nos ajudar”, afirma.

Os manifestantes promtem um novo ato na tarde desta sexta-feira, 10, no Centro da Cidade para tornar público as reivindicações das centrais sindicais e os motivos da ocupação da sede do Incra. No último dia 8, o juiz federal Edmilson da Silva Pimenta determinou a desocupação da sede do Incra em Aracaju, atendendo ao pedido de reintegração de posse feito pelo Incra.

Na ação, a superintendência do Incra informou que todas as  dependências do órgão foram ocupadas por um grupo de trabalhadores rurais, entre homens, mulheres, jovens e crianças vinculados aos movimentos sociais. O magistrado entendeu que a ocupação podia trazer consequências socialmente desastrosas para outras comunidades que dependem das ações do instituto. 

Por Moema Lopes