Movimentos pedem punição de vereador e retratação da CMA

Manifestantes em frente a Câmara de Vereadores 

Representantes de diversos movimentos sociais em defesa das mulheres realizaram um ato na manhã desta quarta-feira, 3, com concentração na Praça Fausto Cardoso. O ato é em comemoração aos 16 dias de ativismo [25 novembro a 10 de dezembro] pelo fim da violência contra a mulher. Na oportunidade, diversas calcinhas foram afixadas em um varal montado na praça em repúdio as declarações do parlamentar. 

Com palavras de ordem e cartazes nas mãos, os manifestantes se dirigiram até a porta da Câmara Municipal de Aracaju para solicitar uma punição severa ao vereador Agamenon Sobral (PP), bem como uma retratação da Mesa Diretora da Casa contra o ato punitivo dado a vereadora Lucimara Passos (PCdoB) na última terça-feira, 2.

De acordo com a diretora da Secretaria da Mulher da CUT/SE, Edjanária Borges, o movimento é pela não violência e em repúdio as declarações do vereador Agamenon Sobral (PP). “Os fatos só reforçaram a necessidade de estar presente nas ruas para denunciar a violência, opressão e o machismo a que estamos submetidos na sociedade nos espaços públicos e privados. Até outubro foram mais de dois mil boletins de ocorrência registrados na delegacia de atendimento a mulher. Infelizmente elas estão sofrendo violência e muitas não denunciam por medo e por que não tem uma condução que lhe dê suporte e por isso viemos para rua porque é dever nosso está encorajando-as a denunciar”, afirma.

Barbara Nascimento diz que manifesto é contra advertência a vereadora 

Presente no ato, a representante da Comissão de Mulheres de Aracaju e da Marcha das Vadias, Barbara Nascimento, destaca que o manifesto é totalmente contra a advertência sofrida pela vereadora Lucimara Passos (PCdoB).

“A gente tem uma Câmara de Vereadores que não tem capacidade de julgar um caso onde um vereador incita a violência, diz que as mulheres que não se comportam e que não se respeitam deveriam ser violentadas, e em contrapartida, a vereadora que protestou contra esse tipo de atitude e posicionamento corre risco de ser punida pela Casa. Claro que se quer uma retratação pela casa porque aquele espaço não é espaço isolado, também é nosso e de poder político e a gente precisa debater a sério e também discutir outras questões que envolvem políticas para as mulheres. O que temos hoje é uma série de deficiência de políticas para as mulheres que continuam a morrer e a ser violentadas”

Na porta da CMA, alguns Guardas Municipais acompanharam de perto o ato para evitar que houvesse tumulto no local.

Outro lado

Calcinhas fixadas no varal

Edjanária diz que o ato também é em repúdio as declarações do vereador 

A equipe do Portal Infonet entrou em contato com a assessoria do vereador. Em nota, o vereador afirmou que "trata-se de um movimento político, para mim essas pessoas não estão representando a vontade popular. Aracaju tem uma população muito grande de mulheres, então, um ato com cerca de 100 pessoas, não representa o pensamento de todas as mulheres. Só gostaria de deixar claro, mais uma vez, que não sou a favor da violência contra as mulheres. Não sou machista. Respeito e sei valorizar as mulheres, apenas quis trazer para a Tribuna um fato onde havia desrespeito contra a Igreja".

O presidente da Câmara de Vereadores disse ao Portal que não está no cargo para perseguir, proteger ou punir parlamentares e garante que adotou as medidas certas por entender que ambos os vereadores cometeram excessos em seus pronunciamentos no plenário. Ele não concorda que a Mesa Diretora tenha sido omissa ou tenha tomado posições protecionistas.

Por Aisla Vasconcelos

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