MPF vai pedir investigação de mais uma testemunha

Magner Andrade ficou embolado durante o interrogatório (Fotos: Portal Infonet)

Prestaram depoimentos na tarde desta terça-feira, 14, em mais uma audiência dos processos de irregularidades no repasse e na aplicação de verbas de subvenção social distribuídas pela Assembleia Legislativa de Sergipe, envolvidos com a Associação Amigos do Conjunto Siri. Por causa de contradições no interrogatório feito pelos procuradores (MPF), Eunice Dantas e Rômulo Almeida, além do juiz Fernando Escrivani, o Ministério Público Federal promete pedir na próxima audiência, que o ex vice-presidente da Amacos, Magner Claker Menezes de Andrade [assessor parlamentar da Assembleia Legislativa], seja investigado pela Polícia Federal. Semana passada o presidente da Associação de Moita Bonita, Fabiano da Fonseca passou de testemunha à condição de réu e também responderá na Polícia Federal.

Manoel Marques: "Recebi a associação com caixa zero"

“Vamos pedir que seja requisitada a abertura de inquérito policial com relação a Magner Andrade. Claramente ele mentiu na audiência.  Durante quase todo o depoimento ele faltou com a verdade várias vezes. Nós temos vários documentos comprobatórios que ele não estava falando a verdade, ele vai responder também pelo crime de falso testemunho”, explica a procuradora do MPF/SE, Eunice Dantas.

Ela esclareceu que o pedido não foi feito na audiência desta tarde no auditório do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE), em virtude de os trabalhos terem terminado tarde. “Mas quando começar a audiência na próxima quinta-feira (16) a gente vai requerer. Ele foi bastante contraditório, depois que foram apresentados alguns documentos ele procurou se retratar, mas mesmo assim não falou a verdade”, Enfatiza Eunice Dantas lembrando que as testemunhas devem ter o compromisso de falar a verdade.

Depoimentos

Jaciel Santana não soube a diferença entre lucro líquido e lucro bruto

O primeiro depoimento sobre as verbas de subvenção indicadas pelos deputados Augusto Bezerra (DEM), no valor de R$ 50 mil e por Gustinho Ribeiro, no valor de R$ 450 mil foi prestado por Jaciel de Santana Oliveira, representante da empresa de construção Jmac, beneficiária dos recursos da Associação de Amigos do Conjunto Siri. Ele informou que a empresa está localizada em Lagarto, que nunca trabalhou na Assembleia e que a maior parte do faturamento da empresa em torno de 20 a 25 mil líquidos fica com a sócia, que é sua irmã. "Não tenho conhecimentos dos cheques de R$ 30 mil e R$ 70 mil", diz.

No segundo depoimento, Magner Andrade, que exerce a função de assessor parlamentar no gabinete da deputada Goretti Reis (DEM), disse que a presidente da associação é sua esposa Aline Souza Andrade, mas que ele era quem respondia. “Eu só usei um endereço no conjunto Siri, mas a sede da associação era na minha casa no conjunto Castelo Branco. Só conheço os deputados Gustinho Ribeiro e Augusto Bezerra de vista, solicitei as subvenções a todos os 24 deputados e recebi R$ 32 mil em 2011, R$ 50 mil em 2012 e nada em R$ 2013 porque me candidatei a vereador de Socorro. Usei o dinheiro para a realização de festas, compra de cestas básicas e para fazer trabalho assistencialista”, afirma.

Ele preferiu não dar entrevista

Indagado quanto aos cheques sacados por ele, Magner Andrade disse ter sacado R$ 5 mil que recebeu de serviços prestados em assessoria, mas se embolou na explicação do saque de cheques nominais no valor de R$ 50 mil, tendo parte do dinheiro sido repassado para Adriana de Lima Barbosa. “Saquei na boca do caixa, tirei os meus 5 mil e devolvi os 45 mil em espécie ao atual presidente da associação, Manoel Marques Santos na porta do banco. Não conheço Adriana de Lima Barbosa e nem Algifranco”, disse voltando atrás em seguida e afirmando ter pago R$ 2.500 a Algifranco para que o mesmo liberasse uma nota fiscal para que pudesse receber os R$ 50 mil.

No depoimento, o atual presidente da Amacos, garantiu que a sede da associação é em Socorro e que nunca recebeu qualquer dinheiro de Magner Andrade. “Esses cheques foram assinados por mim para pagamentos da associação, Adriana Barbosa é minha ex-esposa que trabalha como autônoma [tem loja de confecções] e eu nunca me encontrei com Magner na porta do banco e ele não repassou esse dinheiro. Quando recebi a associação o caixa estava zero”, diz Manoel Marques.

Eunice Dantas: "Magner Andrade claramente mentiu na audiência"

Procurador Rômulo Almeida interroga o assessor parlamentar

A defesa dos deputados foi feita pelos advogados Fabiano Feitosa e Márcio Conrado , que perguntaram às três testemunhas se conhecem os parlamentares e se nas festas realizadas pela associação, os nomes dos deputados eram citados e se eles compareciam, tenho obtido respostas negativas de todos.

“O Tribunal Regional Eleitoral está sendo utilizado para investigar a improbidade administrativa. Aqui ninguém está falando de eleição, de abuso de poder e conduta a verdade, estão falando só em improbidade administrativa e no cometimento de crimes com gastos das subvenções”, lamentou o advogado Fabiano Feitosa ao final da audiência.

Por Aldaci de Souza

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