PM critica sistema de monitoramento em coletivos

Reunião na SSP: interação dos poderes e empresários (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Maior eficácia das câmeras de segurança instaladas nos transportes coletivos para melhorar a qualidade das imagens produzidas durante assaltos a ônibus, maior rigor na apreciação dos processos judiciais de forma a manter suspeitos presos por mais tempo, instalação de câmeras de monitoramento e abordagens no interior dos terminais de integração e uma política multidisciplinar envolvendo os órgãos da Segurança Pública, da Prefeitura de Aracaju, do Poder Judiciário e dos próprios empresários que possuem concessão pública para explorar o sistema de transportes urbanos na região metropolitana.

Estes foram alguns pontos debatidos em reunião entre a cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública e representantes do empresariado, da classe trabalhadora e da Prefeitura de Aracaju. Uníssonos, eles entendem que a interatividade entre as instituições seria a alternativa ideal para coibir os assaltos a ônibus. Mas a classe empresarial reclama do elevado custo para a implantação de equipamentos mais eficientes para atender às demandas da polícia.

José Carlos Cruz e coronel Luiz: engajamento para combater crime

De acordo com o coronel Luiz Azevedo, comandante do Policiamento da Capital da Polícia Militar [na reunião, ele representou o secretário Mendonça Prado, da Segurança Pública, e o coronel Maurício Iunes, comandante geral da PM], o sistema de monitoramento adotado pelas empresas em Aracaju é deficiente. “Tivermos vários casos onde tentamos elucidar crimes e, por exemplo, a qualidade das imagens não era satisfatória sequer para identificar os marginais que estavam atuando”, reclamou o coronel.

Custo alto

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp), Raimundo Nonato, contesta as informações, garantindo que o sistema de Aracaju é similar ao sistema utilizado pelas empresas em outros Estados brasileiros e informou que o empresariado ainda vai analisar as sugestões para implantação de novo sistema de monitoramento em tempo real. “Estas câmera não estão em base fixa, o veículo é móvel e há muita vibração, há também incidência de luz”, justificou, numa referência às reclamações do coronel Luiz Azevedo. Mas reclamou do custo para proporcionar o aperfeiçoamento do sistema. “Vamos estudar e vamos contribuir para que a gente minimize este índice que é altíssimo de assalto”, disse. “Um plano B é isto que eles colocam: mudança de qualidade de equipamento, mas vamos avaliar porque é um custo alto”.

Coronel Luiz: responsabilidade solidária

Para o coronel Luiz, o empresariado deve ter consciência da responsabilidade solidária com a incidência dos crimes ocorridos contra o sistema de transporte público. “As empresas têm que se conscientizar que são concessão pública e, sendo concessão pública, assumem também a responsabilidade de poder contribuir com a segurança pública”, destacou. “Vejo que há um prejuízo muito grande para o empresário quando um fato deste acontece no interior dos ônibus, quando na verdade poderia haver uma contribuição um pouco maior destas empresas”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintra), Miguel Belarmino, cobrou maior rigor na apreciação dos processos judiciais que envolvem a prisão de suspeito por crimes desta natureza. “Dependemos agora do Poder Judiciário nos ajudar porque hoje a polícia prende e em 48 horas o suspeito é solto”, comenta. “Muitas vezes, o suspeito pratica cinco ou dez vezes o mesmo crime e a culpa está no Judiciário. Precisamos da ajuda do Judiciário para poder minimizar o problema”, apela.

O diretor de trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) de Aracaju, José Carlos Cruz, garantiu que levará todas as demandas debatidas para conhecimento do prefeito João Alves Filho (DEM) e da secretária Georlize Teles, de Defesa Social do Município de Aracaju, mas antecipou que a prefeitura está disposta a dar a contribuição necessária para combater este tipo de criminalidade.

Por Cássia Santana

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