Prefeita Emília Corrêa veta criação da Loteria Municipal de Aracaju

Veto foi anunciado após parecer da Procuradoria-Geral do Município (PGM).

(Foto: Ronald Almeida)

A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, anunciou nesta segunda-feira, 21, o veto ao o Projeto de Lei Complementar nº 6/2025, que previa a criação do serviço público de Loterias no Município de Aracaju (Lotaju), de autoria do vereador Isac Silveira, líder da Prefeitura de Aracaju na Câmara de Vereadores. A decisão acata parecer da Procuradoria-Geral do Município (PGM),

Segundo matéria publicada no portal oficial da PMA, o veto já foi foi encaminhado à Câmara de Vereadores e tem como base o parecer técnico que aponta vícios de inconstitucionalidade em três aspectos jurídicos: a competência legislativa, a violação a princípios constitucionais e o vício de iniciativa.

Entre as justificativas apresentadas no parecer da PGM, o primeiro ponto destaca a ausência de competência do município para legislar e explorar serviços lotéricos. A Constituição Federal estabelece, no artigo 22, inciso XX, que cabe exclusivamente à União legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios, o que inclui as loterias. “O Supremo Tribunal Federal reconhece que a competência para explorar loterias é reservada apenas à União e aos Estados, não se estendendo aos municípios”, aponta o parecer.

O segundo argumento jurídico enfatiza a violação aos princípios constitucionais do pacto federativo e da livre concorrência. De acordo com a análise, a criação da Lotaju poderia gerar um desequilíbrio arrecadatório ao permitir que o município acumule receitas próprias da loteria somadas aos repasses federais e estaduais, sem redistribuição proporcional. O documento alerta que isso “cria uma vantagem arrecadatória indevida e compromete o equilíbrio federativo previsto na Constituição”.

Outro ponto destacado pela PGM é a falta de interesse local preponderante que justifique a criação do serviço de loterias no âmbito municipal. Segundo o parecer, “a atividade lotérica possui natureza e impacto que extrapolam os limites locais, envolvendo questões de ordem econômica, proteção ao consumidor e combate a ilícitos financeiros, exigindo regulamentação nacional e controle federal”.

Por fim, o parecer jurídico também identificou vício de iniciativa no projeto, já que a proposta interfere diretamente na estrutura administrativa municipal e na destinação de recursos públicos, matérias de competência privativa do Poder Executivo. “A criação de serviços públicos e a definição orçamentária são atribuições exclusivas da prefeita, conforme estabelece a Lei Orgânica do Município e a Constituição Estadual”, conclui o documento.

Loteria municipal

O projeto de lei que criou a Loteria Municipal da capital, a Locaju, foi aprovado, em segunda votação, no dia 18 de junho, com 14 votos favoráveis e 7 votos contrários. Segundo a Câmara Municipal de Aracaju (CMA), a iniciativa prevê a implantação de um serviço público de loterias no âmbito do município, com arrecadação direcionada para áreas essenciais como saúde, educação, assistência social, esporte, lazer e cultura.

Por Verlane Estácio com informações da CMA

 

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