Religiões afro: Governo lança cartilha e catálogo

Déda exibe a cartilha ao lado da ministra (Foto: Marcos Rodrigues/ASN)

Nesta sexta-feira, 20, o Governo lançou o catálogo Religiões de Matriz Africana em Sergipe e a Cartilha Pedagógica das Religiosidades de Matriz Africana e da Promoção da Igualdade Racial. O evento aconteceu no auditório da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease) e contou com a participação da ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luíza Helena de Bairros, do governador governador Marcelo Déda, do secretário de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania, Luiz Eduardo Oliva, idealizador dos produtos, além de ialorixás, babalorixás, afrodescentes e simpatizantes da cultura afro.

O catálogo é um pré-mapeamento dos terreiros de candomblé e de umbanda do Estado, lançado com o objetivo de ajudará a identificar onde estão esses terreiros, para que a história e a identidade das religiões de matriz africana fiquem na memória do povo sergipano.

Já a cartilha tem uma função pedagógica e ajuda a reforça a Lei Federal 10.639 de 2003, que obriga as escolas públicas a implementar a disciplina ‘História da África e da Cultura Afro-Brasileira’. Assim, a cartilha servirá de instrumento pedagógico nas escolas, para que a base educacional das crianças, possa ser trabalhada no tocante a igualdade racial e o respeito às diversidades.

Jorge Ducci é autor das fotos do catálogo (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

A cartilha e o catálogo são frutos de um trabalho de pesquisa realizado pelo cantor e compositor sergipano Jorge Ducci, da Banda Sulanka, iniciado no ano de 2004. Neste período, o músico pesquisou e fotografou 34 casas de candomblés em Sergipe, nas matrizes Angola, Keto, Umbanda e Nagô. O trabalho culmina também com a produção de um novo trabalho musical de Ducci: o CD Xirê, que deverá ser lançado ainda este ano. O disco contém 16 músicas que retratam os orixás cultuados no país e foram criadas a partir das lendas e dos ritmos relacionados à religiosidade africana.

Preconceito

O governador Marcelo Déda reconhece a existência do preconceito em todo Brasil. “Preconceito que algumas vezes não se explicitam, mas que ferem profundamente àqueles que são vítimas deles”, ressaltou, em conversa com os jornalistas.

“Há preconceitos raciais e ao direito das pessoas de exercerem a sua liberdade de religião, especialmente as religiões afrodescendentes. Portanto, discutir a discriminação racial, os direitos fundamentais das pessoas e grupos humanos, construir normas, atitudes e legislações que possam romper os últimos grilhões é uma obrigação do Estado e é um dever da sociedade. Então, Sergipe colabora quando, em parceria com o Governo Federal, lança uma cartilha e catálogo que enaltece as religiões de matizes africanas”, ressaltou.

Luís Eduardo mostra cartilha à ministra (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

A ministra Luíza Helena de Bairros observou que hoje existem as condições de promover, através de ações governamentais, a inclusão das pessoas negras. “O Brasil vive hoje sobre a égide do Estatuto da Igualdade Racial, que prevê como obrigação para o setor público a adoção de várias medidas afirmativas em todas as áreas da vida social. Temos instrumentos, o que falta é a escolha política dos governantes”, analisou.

Sobre a cartilha, ela enfatizou que o material contribui com uma nova mentalidade da sociedade. “Esse é um aspecto do nosso trabalho, que é a formação de novas mentalidades, a partir de conhecimento que são gerados levando em conta e valorizando a experiência negra no Brasil”.

Para o secretário de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania, Luiz Eduardo Oliva, o lançamento da cartilha e do catálogo representa um momento importante para a política estadual de promoção da igualdade racial do Estado e mais particularmente para a secretaria. “São políticas afirmativas que levam a uma maior conscientização da necessidade de permanente combate ao racismo, à discriminação, avançando sempre na promoção da igualdade racial”, pontuou.

A ialorixá Lígia Borges falou da importância do lançamento da cartilha e do catálogo. “Esse é um momento ímpar, histórico para Sergipe. Quando desenvolvemos esse material, pensamos nas escolas e em sua aplicabilidade entre os estudantes, a fim de tirar o preconceito desde cedo, e assim, as pessoas enxergar a contribuição da população africana no Brasil”.

Com informações da Agência Sergipe de Notícias

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