A senadora Maria do Carmo Alves (DEM/SE) demonstrou preocupação com o aumento de vazão do Velho Chico, em decorrência da Carta Circular, divulgada na última sexta-feira, pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). “O documento pede para a população ribeirinha, que reside em sua calha principal, desocupe a área, pois há uma necessidade de maximização de geração de energia, para o atendimento do Sistema Interligado Nacional”, citou Maria, ressaltando que o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, declarou que as águas do rio não podem servir unicamente ou majoritariamente ao setor elétrico.
Para ela, a beleza do Velho Chico, conhecido como rio da integração nacional, é justamente a vida e o sustento que ele garante às famílias ribeirinhas, seja por meio da economia pesqueira ou do próprio transporte pelas suas águas. “Diga-se de passagem, esses dois modais já eram difíceis antes de sua revitalização e, depois dela, tornaram-se quase impossíveis”, destacou Maria.
Para a parlamentar, “a degradação do rio é uma pena de morte”. Maria do Carmo observou que nada foi feito nos pontos mais duramente impactados pelo assoreamento, salinização e diminuição do volume de águas, antes da transposição. “E, apesar do benefício inegável que é aliviar a triste seca de algumas regiões do Sertão, as consequências desse mau planejamento afetam sobremaneira as famílias ribeirinhas, ainda mais nesse momento pandêmico em que vivemos”, afirmou.
Como exemplo, a senadora destacou o fenômeno de intrusão salina que acontece quando a água salgada avança em rios, observado por um monitoramento realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “A menor quantidade de água doce que corre no São Francisco faz com que o mar invada sua foz por pelo menos 17 quilômetros adentro. Isso afeta muito o ecossistema local. Assim como já falei anos atrás, em discurso no Senado Federal, os peixes, que antes representavam uma fartura na mesa das famílias que dependiam do rio para a sobrevivência, sumiram ou morreram. É importante tentarmos controlar essa situação antes que ela piore ainda mais, ou as consequências em nosso futuro serão irreversíveis”, disse.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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