Sergipe sem perspectiva para voltar a fazer transplantes

Coordenador da Central de Transplantes durante explanação no plenário (Fotos: Portal Infonet)

Apesar de ser o primeiro estado do Norte e Nordeste a realizar um transplante de coração, Sergipe só realiza atualmente de córneas. O último transplante de rim foi feito em 2012. Visando a adesão dos sergipanos à campanha nacional denominada Setembro Verde, a deputada Goretti Reis convidou o coordenador da Central de Transplantes, Benito Oliveira Fernandez, que proferiu palestra na manhã desta quinta-feira, 17 no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe. Segundo ele, são apenas dois doadores no estado por um milhão de habitantes.

“Infelizmente a situação não é confortável no Estado. Sergipe conta com dois doadores por milhão de habitantes. O Brasil tem 15 doadores por milhão de habitantes e é preciso a gente sensibilizar, chamar a atenção da sociedade. Essa campanha do Setembro Verde visa exatamente isso, para que as pessoas quando passarem nos arcos da Atalaia, no Relógio do Parque da Sementeira, reflitam sobre a possibilidade da doação de órgãos”, destaca o coordenador da Central de Transplantes.

Benito Gama: "A situação não é confortável em Sergipe"

Benito Fernandez esclareceu que os interessados em salvar vidas por meio da doação de órgãos, não podem deixar de informar aos familiares [cônjuges ou parentes em segundo grau, responsáveis pela autorização]. “Basta informar a família que é doador e no momento certo, a família vai tomar essa decisão. A nossa cultura é associar a vida ao coração, mas hoje sabemos que quem determina a vida é o encefálico. Existe o temor de que o corpo fique desfigurado com a doação de órgãos, mas a lei assegura esse direito à família”, explica.

Córneas

Ele destacou ainda que hoje o Estado de Sergipe só faz transplante de córnea. “O último transplante de rim foi em janeiro de 2012 e com essa mobilização do Setembro Verde, essa semana já realizamos um transplante e tivemos doações de córneas quase que diariamente”, comemora Benito Fernandez enfatizando que atualmente cerca de 40 mil pessoas estão aguardando transplantes; 15 mil esperam por córneas e 12 mil pessoas morrerão na lista de espera.

Goretti Reis: "Governo precisa criar estruturas"

“Encaminhamos fígado, rins e corações para fora. Sergipe é um estado exportador de órgãos. Arapiraca, interior de Alagoas, realiza transplantes renais. Aracaju, não". São três anos sem transplantes desses órgãos e não temos nenhuma perspectiva do retorno. Houve uma esperança de serem realizados no Hospital Universitário, mas a unidade não apresentou todos os requisitos exigidos pela Resolução 1.480/97 do Conselho Federal de Medicina", lamenta Benito Fernandez.

Sem estrutura

Para a deputada Goretti Reis, a falta de estrutura é um dos pontos mais preocupantes no transplante de órgãos em Sergipe. “São mais de uma mil pessoas em tratamento de hemodiálise no estado, sem conseguir um doador de rim e sair da dependência da máquina. A gente quer sensibilizar a população para a importância da doação de órgãos. O Estado de Sergipe vem realizando só transplante de córnea e é preciso o Governo crie estruturas seja no Hospital Universitário ou em outras unidades, para que possamos voltar a fazer transplantes de outros órgãos”, entende.

Por Aldaci de Souza

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