O Governo de Sergipe e os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro) estão preocupados com a decisão da Petrobras em promover a hibernação de duas fábricas de fertilizantes (Fafen), localizadas nos Estado de Sergipe e Bahia, a partir do dia 31 de janeiro do próximo ano. Sindicalistas tentam audiência com dirigentes da Petrobras e da Fafen para entender a decisão anunciada pela Petrobras.
O governador Belivaldo Chagas (PSD) já se manifestou contrário à política do Governo Federal quanto à questão e se mantém resistente, mas aguardará os encaminhamentos que o novo Governo Federal dará ao processo, segundo informações do assessor de políticas de desenvolvimento do Governo do Estado, Oliveira Júnior. “O Governo de Sergipe continua se manifestando contra, entende que é um prejuízo não apenas para Sergipe, mas também para a própria Petrobras”, comenta Oliveira Júnior, considerando que a fábrica foi sustentável durante décadas e que se manterá como negócio rentável.
Por outro lado, os sindicalistas estão buscando explicações junto a Petrobras e também junto aos diretores da Fafen em Sergipe e tentam agendar uma reunião com representantes das duas empresas para debater a estratégia da estatal e entender as intenções da Petrobras.
O sindicalista Bruno Dantas, diretor do Sindipetro, informou que o sindicato não se manifestará neste momento a respeito deste posicionamento da Petrobras porque a categoria ainda não recebeu qualquer informação oficial. Bruno explica que os dirigentes sindicais primeiro buscarão explicações a respeito da questão e, posteriormente, se manifestarão.
Mas o sindicalista adianta posicionamento contrário a qualquer iniciativa que possa trazer impactos negativos para a economia sergipana e para os trabalhadores da fábrica. “Confirmando-se a hibernação, adotaremos todas as medidas políticas e jurídicas para reverter a situação”, disse.
Para Bruno Dantas, ocorrendo a hibernação e a consequente desativação da fábrica, os prejuízos para a economia de Sergipe e para os trabalhadores são imensuráveis. “Ocorrerão 750 demissões diretas e mais de 3 mil demissões na cadeia produtiva, além de queda no PIB de Sergipe”, comentou. “A manutenção da Fafen foi peça publicitária eleitoral e agora, depois do segundo turno, vem esta notícia. Vamos ocupar todos os espaços para mostrar nossa luta em defesa da Fafen”, comenta.
Relatório
Assim que tomou conhecimento da estratégia da Petrobras para a Fafen, o governador Belivaldo Chagas se posicionou contra e foi criado um grupo de estudos no âmbito da administração estadual, que resultou em um relatório contemplando o cenário positivo da Fafen para o desenvolvimento econômico do país. O relatório foi enviado à Petrobras.
No documento, o Governo de Sergipe alerta para a possibilidade do país ter que importar fertilizantes, uma alternativa que trará consequências danosas para a produção de alimentos no Brasil. “Não produzir fertilizante é um erro estratégico grave e deixará, por consequência, o país vulnerável e totalmente dependente do fertilizante importado”, destaca trecho do relatório. “Ao reverso do que pretende a Petrobras, o objetivo do Estado brasileiro deve ser sempre buscar o fortalecimento do seu mercado interno e não o seu enfraquecimento, afastando-se da produção de insumos estratégicos ao seu desenvolvimento”, destaca o relatório, assinado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe, José Augusto Pereira de Carvalho.
Por Cassia Santana
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