Sintese diz estar havendo desorganização na Seed

Discussões aconteceram na Sala de Comissões da Alese (Foto: Portal Infonet)

Professores da rede estadual de ensino lotaram a Sala de Comissões da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira, 23, para acompanhar a apresentação de dados sobre o magistério por parte da presidente di Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese), Ângela Melo e do secretário Belivaldo Chagas.

Na ocasião, a sindicalista denunciou o grande número de professores fora das salas de aula e de servidores contratados temporariamente para trabalhar no Projovem que estariam sendo pagos ilegalmente pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação de Sergipe (Fundeb).

Segundo Ângela Melo, são 45 escolas estaduais com professores em desvio de função. “Esses professores estão trabalhando em bibliotecas, salas de vídeos, quando deveriam estar em salas de aula, sem contar com os professores cedidos aos comitês pedagógicos  e os cedidos à Assembleia Legislativa”, lamenta destacando o custo alto com os profissionais cedidos, fazendo crescer a folha de pagamento da Secretaria de Estado da Educação em mais de R$ 4 milhões.

“Como exemplo da desorganização na Secretaria de Estado da Educação, temos o professor Carlos Sérgio, integrante do Sintese e que nos autorizou a citar o caso dele. Pasmem os senhores, ele nunca, mas nunca trabalhou na Escola 11 de Agosto, só que o nome dele está  na folha de pagamento. Agora, se alguém chegar na direção e perguntar pelo professor, a resposta poderá ser que ele nunca esteve lá. Mas, como se ele não está lotado na escola? Temos outro caso de uma professora cujo nome está lotado na escola Alba Moreira, mas a escola foi desativada em 2010. Isso mostra o despreparo da rede, já são seis meses que o Conselho do Fundeb não se reúne”, enfatiza.

A presidente do Sintese lamentou ainda os altos custos alunos por unidade de ensino. “A projeção de custo aluno por unidade de ensino a partir da relação de servidores da educação e a matrícula 2011, no Atheneu por exemplo, é de R$ 5.981,33. A relação professora aluno é 16 quando a média estipulada é 25 porque temos poucos alunos para professores”, explica.

Piso

Quanto ao não pagamento do Piso do Magistério para os professores, Ângela Melo foi enfática: “Recursos existem basta haver mais organização e cortar os altos custos. A Seed precisa ter coragem para fazer uma auditoria, independente, que não sofra interferência política não somente na folha do magistério, mas dos servidores da secretaria. O Governo para burlar a lei do Piso, acaba com a Carreira e os profissionais estão vendo o sonho sendo jogado fora, sob o argumento de que não se tem recursos. O que falta é vontade política”.

Seed

O secretário Belivaldo Chagas apresentou investimentos com reformas, ampliações e construções de escolas e quadras esportivas vida ordem de R$ 190 milhões. “O Governo de Sergipe já ampliou e reformou 68 escolas, 31 estão em reforma, 13 em licitação e 20 em conclusão de projetos para serem licitadas”, explica acrescentando cinco centros profissionalizantes estão em fase de projeto para serem construídos, com investimentos de R$ 55 milhões.

Sobre os professores e servidores fora das salas de aula, Belivaldo Chagas disse que recentemente foi realizado um Censo e que foram detectados 1OO profissionais que já foram convocados. E se o sistema não for atualizado, eu não recebo as informações quanto aos profissionais lotados. Diversas vezes, saem de uma escola para outra mas não informam.  Quanto à afirmação de que a secretaria é desorganizada, eu não vou ficar com raiva, com o termo porque posso até não estar acertando, mas estou tentando”, ressalta.

Sobre o Piso, o secretário afirmou que o projeto está na Assembleia para ser votado pelos deputados, e que se for aprovado, não há outra alternativa, senão cumprir. “Eu estou secretário de Educação e me cabe cumprir as ordens do governador, que por sinal foi o primeiro a pagar o Piso do Magistério e sobre os custos, é bom lembrar que o Atheneu é um Centro de Excelência que funciona o dia inteiro e com isso os custos são altos. Me assusta quando pego as contas de energia e água”, diz.

No final ficou definido o envio de ofício por parte dos integrantes da Comissão de Educação à Seed para que seja formada uma Comissão de Auditoria.

Por Aldaci de Souza

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